A Corregedoria da Polícia Militar está investigando as imagens registradas pelas câmeras corporais dos agentes do Bope que participaram da operação realizada no Morro do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio. A ação resultou na morte do jovem Herus Guimarães Mendes, de 23 anos, e deixou pelo menos cinco pessoas feridas. A família da vítima estava na festa junina que ocorria na comunidade no momento da incursão policial, e testemunhas relatam que os policiais entraram atirando, causando pânico entre os moradores.
De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Militar, a operação tinha como objetivo combater criminosos fortemente armados que estariam se preparando para um confronto com facções rivais. Os policiais teriam sido atacados por criminosos em um dos pontos da comunidade, o que resultou em um confronto armado. No entanto, a corporação nega que os agentes tenham reagido ao ataque. Após a estabilização da área, Herus Guimarães foi levado ao Hospital Glória D’Or, mas não resistiu aos ferimentos.
Durante a manifestação organizada pelos moradores na Rua Pedro Américo, no Catete, pedindo por justiça pela morte de Herus, foi ressaltado o caráter pacífico da comunidade e a falta de diálogo por parte das autoridades policiais. As imagens das câmeras de uso corporal dos agentes estão sendo analisadas pela Corregedoria da PM, e o Bope instaurou um procedimento apuratório interno para investigar as circunstâncias da operação. A polícia também acompanhou a movimentação dos moradores, que relatam um clima de tristeza, medo e tensão na comunidade.
Os relatos dos manifestantes destacam a necessidade de esclarecimentos sobre a operação que resultou na morte de Herus, um jovem trabalhador e sem ficha criminal. O pai da vítima lamenta a perda do filho e questiona a justificativa para a incursão policial durante a festa junina. A comoção dos moradores se reflete no pedido por respostas e por justiça diante de mais uma tragédia envolvendo a ação policial em comunidades do Rio de Janeiro.
A investigação em andamento pela Corregedoria da PM visa esclarecer os acontecimentos durante a operação no Morro do Santo Amaro e identificar possíveis responsabilidades. A sociedade civil cobra transparência e prestação de contas por parte das autoridades competentes, buscando evitar que casos como o de Herus se repitam no futuro. A busca por justiça e segurança pública adequada permanece como um desafio constante diante das complexas dinâmicas sociais e políticas que permeiam as ações policiais em regiões vulneráveis como as comunidades cariocas.