“Secretariado de Goiânia está deixando a desejar”

O vereador Zander Fábio (DEM) está no segundo mandato. Foi um dos treze vereadores reeleitos em Goiânia. Ele falou sobre os seus projetos na Câmara.

Também comentou sobre o projeto do BRT, a falta de um líder na Câmara e criticou os secretários de saúde e educação de Goiânia.

Quais são seus projetos, suas metas?

Eu fui primeiro secretário na última legislatura e tive a meta de permanecer na mesa. Consegui permanecer. Sou primeiro secretário. Eu fui o vereador campeão de projetos em 2016. Foram 74 projetos aprovados. Tenho projeto do Hospital Público Veterinário.

Nós criamos uma frente parlamentar para fazer esse projeto dar certo. Mas o papel principal é a gente conseguir ter uma linha de fiscalização para que as coisas comecem a funcionar. Estamos com um déficit muito grande na área do CMEI. Já tomei algumas atitudes em relação a isso. Na área da saúde temos uma secretária altamente técnica.

Mas que infelizmente já se passaram quase 90 dias de mandato e ela não mostrou a que veio. Acho que o papel da Câmara nesse início é um papel de fiscalização. Acho que o prefeito Iris tem uma boa experiência, acho que é muito bem intencionado. Agora tem que combinar com os secretários. O secretariado infelizmente, na minha opinião, deixando muito a desejar. Principalmente os secretários de saúde e educação.

A que você atribui isso?

Acho que a morosidade. A saúde e a educação não esperam. Quando um CAIS não abre. Criaram-se regras, por exemplo, para indicar os gestores de CAIS. A regra é que tem que ser médico ou enfermeiro. Aí já tenho um déficit de médico e de enfermeiro e aí vou tirar um médico lá da base para colocá-lo em um trabalho administrativo? Aí você vai lá no Crof que cuida de traumas de ortopedia. Eu tenho na direção do Crof um dentista. Enquanto isso quem está doente não espera, morre precisando de tratamento.

Então no caso da educação, você atribui a culpa ao novo secretário?

Claro. O próprio secretário. Quando você casa com a viúva, você herda os filhos dela. Eu fiz um expediente exigindo que o secretário faça cumprir a constituição federal que garante educação a todas as crianças. Na minha opinião tem que ter uma ação incisiva para essas crianças não ficarem fora das creches. Não deve haver renovação dos contratos temporários. Deve-se fazer o chamamento dos concursados. Com o chamamento dos concursados a gente tira esse déficit. Por que a escola está fechada? Porque não tem o efetivo para trabalhar. E as que estão abertas estão em regime de revezamento. Então é falta de planejamento do titular da pasta.

Você é a favor da mudança do trajeto do BRT proposta pelo prefeito Iris Rezende?

Sou a favor de manter o traçado original. Porque o dinheiro está todo elencado em cima do traçado original. Vai atrasar mais a obra. As mudanças que estão sendo propostas não vão fazer muita diferença. O que me preocupa é que a paralisação e a mudança do projeto vai fazer com que todo o trâmite processual para captação de recurso volte a estaca zero.

O fato do prefeito não ter um líder na Câmara prejudica o andamento de projetos?

Em 20 anos que conheço a Câmara, eu nunca a vi sem um líder. A falta do líder gera para o governo riscos muito grandes, porque existem projetos que tramitam na Casa que são importantes para o governo. Por exemplo, agora temos o Refis que arrecada entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões. Acho que os vereadores que chegaram na Câmara na base estão meio sem norte, principalmente os mais novos.

E por que essa demora de escolha do prefeito?

Não sei. Talvez esteja escolhendo o perfil do líder. Ainda não teve uma matéria relevante na Casa e talvez ele esteja avaliando quem pode representá-lo da melhor maneira. Eu torço para que seja isso.

Você fez um projeto proibindo que a prefeitura gastasse recursos com propagandas de obras que ainda não foram concluídas. O quanto esse projeto pode colaborar na economia da cidade?

Eu acho que tudo que fizermos para economizar é válido. Uma propaganda veiculada em horário nobre em qualquer televisão aberta custa em média de R$ 300 mil a R$ 400 mil cada 30 segundos. Então o projeto que eu fiz proibindo a prefeitura de fazer essas propagandas, são de obras lançadas que ainda estão em fase de construção. Após as obras feitas, aí tudo bem. Faz essa divulgação. Eu limitei inclusive o número de pílulas para a divulgação.

Você pretende se candidatar a outro cargo político no futuro?

Eu sou presidente metropolitano do meu partido. Faço parte da executiva nacional. O meu projeto é de tentar uma vaga na Assembleia Legislativa. Estou trabalhando para isso. Goiânia tem poucos deputados estaduais. O meu anseio é de conseguir fazer uma chapa competitiva.

O quão importante é projeto do Hospital Veterinário?

O Hospital Veterinário é um caso de saúde pública. Na verdade eu não criei um Hospital Público Veterinário, eu criei uma unidade de bem estar animal sem usar dinheiro da saúde. Nós estamos usando o dinheiro das multas ambientais. Exemplo, o Passeio das Águas foi multado por construir em cima de uma nascente e parte desse dinheiro, 0,3% foi direcionado para a construção do hospital. Então, além de um caso de saúde humana também é um caso de respeito à vida.

Com Ricardo Castro

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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