Imigração na Copa do Mundo de Clubes: mais de 40% dos jogadores são estrangeiros em seus times
Todos os times do torneio têm pelo menos cinco atletas inscritos com outras nacionalidades; competição é realizada nos EUA em meio a protestos contra a política anti-imigração de Trump
A Copa do Mundo de Clubes 2025 reflete como o futebol é globalizado hoje, e como os times são compostos por muitos jogadores imigrantes. Dos quase mil atletas inscritos na competição, mais de 41% constam com nacionalidades diferentes das suas equipes. Mais de 40% dos jogadores da Copa do Mundo podem ser considerados estrangeiros.
A lista divulgada pela Fifa na quarta-feira passada sobre os 32 times contava com 998 jogadores. Desse total, 415 foram matriculados com nacionalidades distintas das suas equipes. Há nuances, claro. Diversos jogadores já possuem a nacionalidade do país do clube que defendem, mas estão inscritos somente com a de sua terra natal. Caso do atacante Vinicius Junior, do Real Madrid, por exemplo, que está na Espanha desde julho de 2018.
O time com o maior número de “estrangeiros” é o Al-Ain, dos Emirados Árabes Unidos: são 23, de um elenco com 33 nomes. Gente de Portugal, Marrocos, Coreia do Sul, Paraguai, Togo, Eslovênia, Brasil, Argentina, Nigéria, Bósnia, Mali, Senegal, Áustria e Congo.
A equipe com a maior proporção de atletas com outras nacionalidades é o Inter Miami, da Major League Soccer, a liga dos Estados Unidos. O esquadrão do craque argentino Lionel Messi tem 22 estrangeiros, de um total de 29 jogadores. Portanto, 75% são listado como de fora dos EUA.
O Brasil é a nação com o maior número de jogadores inscritos na Copa do Mundo de Clubes. São 141 no total. Vale lembrar que o Brasil também é o único país com quatro times no torneio. Desses 141, 46 irão defender equipes estrangeiras. Ou seja, um a cada três atletas, praticamente.
O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem promovido uma série de políticas anti-imigração desde o início de seu segundo mandato, em janeiro deste ano. Prisões de imigrantes sem documentação, deportações em massa, revogação de asilos e, mais recentemente, a proibição total de entrada nos EUA de cidadãos de 12 países. A medida, porém, não se aplica a atletas envolvidos na Copa do Mundo de Clubes. Mas a Casa Branca deixou claro que haverá exceções para esse torneio, a Copa do Mundo de seleções em 2026 e os Jogos Olímpicos Los Angeles-2028. Protestos contra a política anti-imigração adotada pelo governo americano já duram mais de uma semana e se espalharam por diversas cidades dos EUA. É inevitável que a questão atinja a Copa do Mundo de Clubes. Ainda mais com tantos jogadores imigrantes em ação.