A Câmara de Deputados pode votar hoje um pedido de urgência para apreciar o projeto que derruba o decreto do governo sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Mesmo não estando oficialmente pautado, o presidente da Casa, Hugo Motta, justificou que o clima entre os parlamentares não é favorável à elevação de impostos.
O requerimento de urgência foi apresentado pelo líder da oposição na Câmara, deputado Zucco, e contou com o apoio de partidos como PP, Republicanos e União Brasil, que integram a base do governo. De acordo com Motta, a decisão de analisar a urgência do projeto foi tomada durante reunião de líderes partidários na semana passada.
Em suas redes sociais, o presidente da Câmara reforçou que a Casa não está receptiva a aumentos de impostos com o intuito de solucionar problemas fiscais. Enquanto isso, a ministra Gleisi Hoffman, responsável pela articulação com o Legislativo, defendeu o novo decreto do IOF como uma medida necessária para equilibrar as contas públicas.
Por outro lado, a reação dos parlamentares diante do pedido de explicações do ministro do STF, Flávio Dino, sobre a destinação das emendas parlamentares tem aumentado. Motta ameaçou travar projetos de interesse do governo caso o pagamento das emendas seja novamente paralisado. Partidos como PP e PL manifestaram-se contra o pacote do governo em decorrência desse impasse.
O ritmo de liberação das emendas parlamentares também tem gerado insatisfação entre os congressistas, o que tem preocupado o governo Lula em um momento de negociação para substituir o aumento do IOF. Diante desse cenário, o presidente Lula propôs direcionamento de recursos do orçamento por parlamentares para resolver a crise.
Com o novo decreto, o governo recuou em parte do aumento do IOF feito em maio, reduzindo a alíquota e flexibilizando as exigências para aplicações em VGBL. Essas mudanças visam atender às demandas dos parlamentares e encontrar um equilíbrio entre a arrecadação necessária e as necessidades financeiras do país. A votação do pedido de urgência para o projeto que derruba o decreto do governo sobre o IOF se torna uma pauta urgente para a Câmara de Deputados.