Placas em balões, QR codes, estação meteorológica: prefeitura e confederação discutem medidas em reunião de emergência após acidente de balão com morte
Novas medidas foram alinhadas durante reunião entre as secretarias, na manhã desta segunda-feira (16), após acidente com mais de 30 pessoas no domingo (15).
Piloto de balão que caiu e matou mulher em SP é preso
Piloto de balão que caiu e matou mulher em SP é preso
Uma reunião de emergência foi realizada na manhã desta segunda-feira (16) entre a Prefeitura de Boituva (SP), a Confederação Brasileira de Balonismo e a Associação de Balonismo de Boituva para adotar medidas de segurança após o acidente com balão tripulado que matou uma jovem de 27 anos em Capela do Alto (SP).
A prefeitura anunciou que pretende implementar um sistema de fiscalização em empresas de balonismo. Novas medidas foram alinhadas durante a reunião e, segundo a prefeitura, uma das medidas será a criação de um banco de dados com as empresas autorizadas.
A iniciativa pretende colocar uma espécie de “placa” nos cestos dos balões, como forma de certificação e identificação, para aumentar mais a segurança aos turistas, além de passar informações sobre liberação para o passeio em relação ao clima, se estará favorável ou não para o voo.
Outra medida anunciada é a criação de QR code para os cestos, contendo todas as informações necessárias da empresa e piloto. Conforme a prefeitura, não há regulamentação em escala federal e, conforme a prefeitura, a criação de uma lei municipal será pioneira neste setor. A prefeitura quer levar a medida ao governo estadual para ampliar as medidas.
Apesar dessas definições, ainda não há prazo para a implementação das normas, que podem levar cerca de 30 dias até que as medidas entrem em vigor, conforme a prefeitura. Estas medidas também são reforçadas pela Confederação Brasileira de Balonismo, como mais seguras.
SELO DE AUTORIZAÇÃO DE VOO
A Prefeitura de Boituva explicou que o objetivo é ter a identificação visual dos balões, com selo padronizado reforçando que o voo foi autorizado pelo município. Outras medidas também serão tomadas, como:
– Notificação às empresas de balonismo cadastradas em Boituva: empresas receberão notificação oficial, solicitando, no prazo de 30 dias, apresentação de toda a documentação para operação da mesma, incluindo o brevê dos pilotos;
– Criação de portal para consulta pública: criação de site com informações sobre relação oficial das empresas de balonismo legalmente cadastradas, previsão meteorológica diária, com sistema de bandeiras que indicará a permissão ou não de voo, entre outras informações importantes para o turista;
– Estação meteorológica e check-in: será implementada a estação meteorológica própria no município, que servirá de base para o “check-in” de voo de todas as empresas antes das decolagens dos balões;
– Áreas específicas de decolagem e pouso: será constituída lista prévia de áreas públicas e privadas autorizadas para decolagem e pouso, considerando aspectos de segurança e variações meteorológicas.
A prefeitura também informou que, após a criação da legislação para atividades que disciplinam o aeroturismo, será realizada reunião com representantes de todas as empresas de balonismo de Boituva para detalhamento das normas, exigências operacionais e cronograma de adequação.
Ao g1, a Confederação Brasileira de Balonismo informou que o órgão só pode atuar em relação à prática esportiva, enquanto no setor de turismo envolvendo balonismo, a responsável é a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O g1 entrou em contato com a Anac sobre medidas de segurança, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
SOBRE O ACIDENTE
Um balão tripulado com mais de 35 pessoas – 33 passageiros, o piloto e um ajudante – caiu em uma área rural de Capela do Alto, na manhã deste domingo (15), provocando uma morte. O acidente aconteceu no bairro Distrito do Porto, próximo à estrada municipal Vereador Geraldo Portela.
Juliana Alves Prado Pereira, de 27 anos, morreu e outras 11 pessoas foram socorridas com ferimentos leves. As vítimas foram levadas para o pronto-socorro de Capela do Alto e para o Conjunto Hospital de Sorocaba (CHS).
Juliana estava no passeio com o marido, Leandro de Aquino Pereira, com quem comemorava o Dia dos Namorados. Ela era psicóloga e morava em Pouso Alegre (MG).
Um vídeo feito por moradores mostra o balão fazendo um voo bem baixo pouco antes da queda.
O piloto do balão, Fabio Salvador Pereira, foi levado à delegacia para prestar depoimento e acabou preso em flagrante por homicídio culposo agravado e atividade irregular de balonismo. Ele estava com a documentação irregular, além de ter licença apenas para voos particulares, informou a polícia. A Justiça converteu a prisão em flagrante em preventiva.
Segundo a polícia, uma pessoa que estava no voo contou que o balão saiu de Boituva e, na área rual de Capela do Alto, acabou caindo. O veículo chegou a bater duas vezes contra o solo antes de parar de vez. Colisões essas que provocaram a queda de quatro pessoas.
Segundo a Prefeitura de Boituva, a empresa envolvida no acidente já havia sido lacrada anteriormente, durante a pandemia, pois fazia voos mesmo com a proibição na época. Essa mesma empresa, possuía inscrição municipal aberta em Boituva até 2021, quando foi notificada, conforme a prefeitura. “Esclarece-se que a empresa envolvida no acidente do último domingo (15), não possui qualquer relação com o 38º Campeonato Brasileiro de Balonismo promovido pela Confederação Brasileira de Balonismo, realizado em Boituva, tampouco tem sede no município”, reforçou. Atualmente a empresa está estabelecida em São Paulo, opera de forma independente, sem vínculo com Boituva.
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