A Câmara Municipal de Passos aprovou o envio de uma moção contra a federalização e possível venda da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG). O documento será encaminhado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais e ao Governo do Estado como forma de manifestação contrária à proposta em questão e à possibilidade de alienação da instituição para a iniciativa privada.
Durante sessão ordinária, a vice-presidente da Associação dos Docentes da UEMG (ADUEMG), professora Camila Moura Pinto, alertou sobre os riscos envolvidos no projeto, destacando pontos que podem abrir espaço para a venda da universidade. Um dos trechos discutidos foi o artigo que prevê descontos progressivos de até 45% no valor dos bens em casos de licitação deserta ou fracassada, o que coloca o patrimônio da instituição em risco de ser vendido a preços baixos.
A proposta de federalização está inserida nas condições de adesão do Estado de Minas Gerais ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida (PROPAG), que busca negociar o passivo de cerca de R$ 165 bilhões com a União. O governo estadual pretende repassar aproximadamente R$ 35 bilhões em ativos, incluindo a UEMG, como parte do acordo.
O presidente da Câmara de Passos, vereador Plínio Costa de Andrade (PSD), reforçou a posição do legislativo local em relação ao assunto, solicitando que o governo estadual retire da pauta tanto a federalização quanto a venda dos imóveis da UEMG. A instituição conta com três unidades no Sul de Minas, sendo a de Passos a maior do estado, com 27 cursos e mais de 4 mil estudantes, oferecendo serviços importantes à população, como atendimentos em saúde e projetos científicos.
O diretor da unidade de Passos, Hipólito Ferreira Paulino Neto, ressaltou que serviços como o Ambulatório Escola, o Centro de Ciências e o Centro de Reuso seriam afetados caso a federalização se concretize. A UEMG é uma instituição pública, gratuita e de qualidade, que contribui significativamente para o avanço de Passos e da região, conforme mencionado por diversos professores e dirigentes.
Apesar de o projeto estar em tramitação na Assembleia Legislativa, o Governo Federal já manifestou que não há previsão de federalização de universidades no decreto que regulamenta o PROPAG. É importante manter-se atualizado sobre essa questão que impacta diretamente na educação e no desenvolvimento da região. Acompanhe mais notícias da região no Diário do Estado.