Ex-coordenador de abrigo em Foz do Iguaçu é investigado por desviar benefício de criança com deficiência
Desvios foram percebidos pela família que adotou a criança. Homem sacou por dois meses o BPC destinado à criança acolhida e foi demitido após denúncia. Caso é investigado pela Polícia Civil e Ministério Público.
Um ex-coordenador de uma casa de acolhimento em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, está sendo investigado por desviar o benefício de prestação continuada (BPC) de uma criança com deficiência que estava sob guarda provisória da instituição e aguardava para ser adotada.
O caso aconteceu na unidade da organização Aldeias Infantis SOS Brasil, que presta serviços de acolhimento infantil na cidade. Segundo a Aldeias, ele atuava na instituição desde fevereiro de 2020 e foi demitido em março deste ano após denúncia. O homem não teve o nome divulgado.
O benefício desviado, previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), dá um salário mínimo mensal a idosos ou pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade.
Segundo a advogada Letícia Mangini, que representa a família que adotou a criança, o desvio do dinheiro foi descoberto cerca de três meses após a guarda ser concedida. Ela afirma que o ex-coordenador sacou valores de dois salários mínimos do benefício da criança.
Após consulta ao banco, foi identificado pela família que os saques haviam sido feitos pelo então coordenador da instituição. A Polícia Civil (PC-PR) abriu um inquérito para investigar o crime de apropriação indébita. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) e a Vara da Infância e da Juventude também acompanham o caso, que tramita em segredo de Justiça.
Aldeias Infantis SOS Brasil confirmou a veracidade da denúncia em nota, informando que está realizando o ressarcimento dos valores por meio de procedimento judicial. A prefeitura de Foz do Iguaçu, que tem convênio com nove casas lares na cidade, está acompanhando o processo.