Advogado investigado por suspeita de perseguir e ameaçar ex-namorada é preso após descumprir medida judicial
Justiça decretou que Paulo Roberto de Aguiar Valente Júnior respondia pelos crimes em liberdade, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica. No entanto, ele deixou o dispositivo desligado.
O advogado Paulo Roberto de Aguiar Valente Júnior, investigado por suspeita de perseguir, ameaçar e extorquir a ex-namorada, foi preso, na quarta-feira (18), em Salvador, por descumprir uma medida de monitoramento expedida pela Justiça da Bahia em favor da vítima.
Segundo informações da Polícia Civil, foi decretado pela Justiça que o homem respondesse em liberdade, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica. No entanto, ele deixou o dispositivo desligado.
Paulo Roberto foi preso em 26 de junho de 2024, quando estava na própria casa, no bairro do Costa Azul, em Salvador. Conforme a Polícia Civil, além de ameaçar e stalkear a ex-namorada, ele também fazia falsas denúncias anônimas contra a vítima, se identificando como aluno na instituição de ensino em que ela lecionava.
O advogado suspeito de perseguir e ameaçar a ex-namorada na Bahia é o mesmo que não entregou o filho após visita há três anos.
A professora relatou que os crimes aconteceram nos meses de abril e maio de 2024, em Vitória da Conquista, no sudoeste do estado. Ela contou que recebia ligações e mensagens de 11 números de celulares diferentes, com ameaças de morte.
Em entrevista à TV Sudoeste, afiliada da Rede Bahia na região, a mulher disse que as ameaças aumentaram e passaram a ser feitas contra familiares e amigos dela.
O delegado Paulo Henrique de Oliveira, responsável pelo caso, disse que o suspeito chegou a comparecer à delegacia de Vitória da Conquista e se passou por advogado da vítima.
Segundo a polícia, o suspeito cometeu mais de 20 crimes contra a vítima na cidade do sudoeste baiano. Além disso, ele tinha medida protetiva e outras denúncias de perseguição de outras duas mulheres em Salvador.
Durante as investigações, a PC também identificou que Paulo Roberto, que é advogado, se passou por Oficial de Justiça para intimidar a vítima, o que configura o crime de falsidade ideológica.
Ele foi descoberto como responsável pelos números usados nas ameaças durante investigação criminal tecnológica do Núcleo Técnico de Interceptação de Sinais (NTIS). Com o resultado das apurações, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam/Vitória da Conquista) solicitou a prisão do homem, junto ao Poder Judiciário.
Em setembro de 2024, Paulo Roberto teve o registro profissional suspenso por 90 dias pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA).
Uma das denúncias antigas contra Paulo Roberto é de outra ex-companheira. Em 2021, a mulher o denunciou porque ele pegou o filho dos dois para passar um fim de semana e não entregou a criança de volta.
A mãe do menino tinha a guarda unilateral e uma medida protetiva contra ele. À época, o advogado negou que tivesse ameaçado a ex. Os dois brigavam na Justiça pela guarda do filho.
Procurada pelo de, a assessoria de comunicação do órgão informou que não poderia informar se o registro de Paulo Roberto está ativo, porque a OAB está realizando uma manutenção programada no data center, que causa a indisponibilidade de sistemas institucionais.