“Guerra fria política: Executivo e Legislativo em impasse e racha no Brasil”

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Recentes votações expuseram um racha entre o Executivo e o Legislativo, configurando um cenário de “guerra fria” política no Brasil. A urgência para a suspensão do aumento do IOF, a derrubada de vetos e a criação da CPMI do INSS refletem a turbulência no Congresso Nacional em relação ao governo. Ademais, há o risco iminente de desembarque de siglas do Centrão que já têm seus olhos voltados para as eleições de 2026.

Ao longo das últimas semanas, ficou evidente a difícil relação entre o governo DE e os parlamentares, com a Câmara e o Senado demonstrando insatisfação com o represamento de emendas e impondo derrotas à gestão em vigor. O Palácio do Planalto nunca conseguiu consolidar uma base sólida no Legislativo, tendo que ceder ministérios a partidos do Centrão, como PP, Republicanos, PSD e União Brasil.

Apesar de não ter como objetivo principal a atração total desses partidos para a base de apoio, o governo busca evitar que todos os parlamentares dessas legendas votem em conjunto com a oposição em matérias de interesse governamental. A formação de “maiorias de ocasião” no parlamento tem sido crucial para a eficácia do projeto eleito pela maioria da população em 2022.

Entretanto, os partidos do Centrão, que possuem 8 ministérios no governo e representam 39% do Congresso, têm sido os principais responsáveis pelos desafios enfrentados pela gestão, especialmente na Câmara dos Deputados. Essas legendas têm assinado e votado a favor de requerimentos urgentes, como a suspensão da alta do IOF e a derrubada de vetos do governo, evidenciando a tensão existente.

Os atrasos na liberação de emendas parlamentares têm contribuído para o descontentamento dos congressistas em relação ao governo, com apenas uma pequena parcela dos recursos previstos para o ano sendo efetivamente empenhada e paga até o momento. Partidos como PP e União Brasil já sinalizaram a possibilidade de revisão de sua participação na gestão, o que pode agravar ainda mais a situação no cenário político.

Além disso, as recentes derrotas do governo no Congresso, como a suspensão do aumento do IOF, a derrubada de vetos presidenciais e a criação da CPI mista do INSS, evidenciam a fragilidade da base governista. As Comissões Parlamentares de Inquérito têm o potencial de desgastar o governo ao manter em destaque assuntos que colocam em xeque a eficiência e a transparência da gestão.

Outras questões polêmicas, como a liberação da exigência de visto para cidadãos de alguns países e as mudanças no licenciamento ambiental, têm gerado controvérsias e impactado negativamente a imagem do Executivo. A insatisfação do Senado em relação à sabatina de indicados para cargos em agências reguladoras também reflete a tensão existente entre os poderes e a dificuldade de consenso na esfera política brasileira.

Em meio a esse cenário de “guerra fria” política, a relação conturbada entre Executivo e Legislativo representa um desafio constante para a governabilidade e a implementação das políticas públicas. A busca por equilíbrio e diálogo torna-se essencial para superar as divergências e garantir a efetividade das ações governamentais em prol do Brasil e de sua população.

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