Apontado como ‘herói’, alpinista voluntário detalha o resgate do corpo de Juliana Marins: ‘Ficamos na beira de um penhasco’
O homem identificado como Agam, que é alpinista e guia na Indonésia, foi quem alcançou o corpo da jovem e passou madrugada com ela antes que içamento pudesse ser feito.
Vídeo mostra içamento do corpo de Juliana Marins de penhasco
O alpinista que alcançou o corpo da Juliana Marins na trilha do Monte Rinjani, na Indonésia, contou como foi a madrugada que passou no desfiladeiro aguardando amanhecer para que o corpo dela pudesse ser içado. Entre o içamento e a chegada do corpo no hospital, foram 15 horas de trabalho.
> “Passamos a noite à beira de um penhasco de 590 metros com Juliana, usando âncoras para não descer mais 300 metros”, afirmou o homem identificado como Agam.
Ele e outro guia, identificado como Tyo, foram voluntários na equipe de resgate. Eles são alpinistas experientes e guias no Monte Rinjani.
Agam alcançou o ponto onde o corpo estava quando o dia já tinha escurecido. Então, ele passou a madrugada segurando a vítima no local para que o corpo dela não escorregasse mais. No início, ao se voluntariar para o resgate, Agam declarou que só sairia do local quando a jovem também saísse.
Antes, ele tinha postado vídeos do local onde eles estavam acampados antes da operação de resgate. No vídeo postado por ele dá para notar que visibilidade no local é ruim. A trilha é muito escura e ele está com lanternas.
Ele mostra cordas, capacetes, uma maca e outros equipamentos. O vídeo foi postado pouco mais de meia-noite do horário local. Agam também mostra outra barraca no acampamento e mantimentos como água.
Um indonésio declarou que Agam é um “combatente humanitário”.
“Aparentemente é padrão nessa época do ano que o clima se comporte dessa forma, eles têm ciência disso e não agilizam o processo de resgate! Lento, sem planejamento, competência e estrutura!”
O resgate havia sido suspenso neste domingo (22) também por causa das condições climáticas difíceis, com muita neblina.
A irmã de Juliana, Mariana, disse em entrevista ao Fantástico que ainda tem esperança de que ela seja encontrada.
Desde fevereiro, ela fazia um mochilão pela Ásia, tendo passado por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.
Em uma postagem nas redes sociais, Mariana deu detalhes sobre a queda da irmã na trilha. Segundo ela, Juliana saiu com um grupo de 5 pessoas e um guia local. O grupo já estava em seu 2º dia de trilha, quando Juliana disse que estava cansada para continuar.
“O guia falou: ‘então descansa’ e seguiu viagem. A gente tinha recebido a informação que o guia tinha ficado com ela, que ela tinha tropeçado e caído. Não foi isso que aconteceu”.
“O guia só seguiu viagem para chegar até o cume. A gente só tem essas informações de mídia local. Juliana ficou desesperada porque ninguém mais voltou e caiu. Abandonaram Juliana”, disse Mariana.