Solidariedade e PRD anunciam federação partidária
Aliança terá 10 deputados federais e mais de 130 prefeitos. Objetivo é tentar
driblar cláusula de desempenho em 2026.
Os partidos Solidariedade e PRD anunciaram nesta quarta-feira (25) que vão formar uma federação partidária.
> A aliança, que será formalizada em breve junto ao Tribunal Superior Eleitoral
> (TSE), terá 10 deputados federais, um governador (Clécio Luís, do Amapá) e 138 prefeitos
> eleitos em 2024.
Eleição de A a Z: o que é federação partidária
A federação é mais um movimento das siglas para tentar driblar o asfixiamento
financeiro. A partir de 2026, haverá um endurecimento dos critérios para
recebimento de dinheiro público (entenda mais abaixo).
Ao longo dos quatro anos de aliança, a federação deverá ser comandada por Ovasco
Resende, atual secretário-executivo do PRD. O deputado federal Paulinho da Força, que comanda nacionalmente
o Solidariedade, deverá ocupar a vice-presidência da união.
➡️As federações partidárias unem duas ou mais siglas por, no mínimo, quatro
anos. Pelas regras, as legendas passam a atuar como uma só — o que significa
que, nos cálculos de distribuição de recursos, os desempenhos são somados.
➡️O “casamento” obriga que a federação decida candidaturas de forma conjunta.
Não é possível, por exemplo, que cada partido da aliança decida por apoiar e
lançar um candidato próprio aos cargos do Executivo.
Segundo dirigentes, a aliança deve ter a documentação formalizada ao longo desta
semana. Nos próximos dias, a papelada deve ser encaminhada ao TSE, a quem cabe
oficializar a união.
SOBREVIVÊNCIA FINANCEIRA
Ao longo dos últimos anos, Solidariedade e PRD fizeram movimentos semelhantes
para superar a cláusula de desempenho.
> Apesar de negociarem federações com outras siglas no período, os partidos
> optaram, no entanto, por alianças definitivas.
* Em 2023, o PRD nasceu da fusão entre Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e
Patriota. No mesmo ano, o Solidariedade incorporou o Pros.
As movimentações garantiram às legendas acesso aos recursos públicos mensais
para o funcionamento das siglas (fundo partidário) e ao tempo de propaganda em
TV e rádio.
> Mas, dentro das legendas, a avaliação é de que esses movimentos não serão
> suficientes para driblar a cláusula de desempenho em 2026.
Para dirigentes, a federação é uma saída viável para somar votos e eleitos e
garantir a sobrevivência das siglas.
Por ora, os partidos devem focar na consolidação da federação. Mas há quem
defenda uma ampliação do grupo. Entre outras siglas, o Solidariedade vinha sendo
cortejado pelo PSDB.
Para Paulinho da Força, a nova federação deve continuar “conversando” com outras
legendas. Segundo ele, após a formalização da aliança, a direção do grupo deve
discutir se retomam negociações com outras siglas.
Felipe Espírito Santo, um dos vice-presidentes do Solidariedade, diz que
inicialmente os partidos vão “focar na federação Solidariedade e PRD”.