Governo transfere gestão de hospitais da Zona Sul de SP para OSS: pacientes e médicos preocupados

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Governo repassa administração de três hospitais estaduais da Zona Sul de São Paulo para organizações sociais

Organizações Sociais de Saúde vão gerir Hospital Heliópolis, Hospital Ipiranga e Hospital Infantil Darcy Vargas. Pacientes temem mudanças na gestão, e médicos concursados que atendem nessas unidades têm medo de serem dispensados. OSS interessadas ainda vão apresentar projeto detalhando atuação.

O governo estadual vai repassar a administração de três hospitais para organizações sociais

A gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) vai repassar a administração de três hospitais estaduais da Zona Sul de São Paulo para Organizações Sociais de Saúde (OSS).

Uma Organização Social de Saúde é uma entidade privada sem fins lucrativos, que firma contrato com o poder público para gerenciar unidades e serviços de saúde, como hospitais, ambulatórios e UPAs.

Os hospitais que serão repassados à OSS são:

Hospital Heliópolis, no Sacomã, Zona Sul
Hospital Ipiranga, no Ipiranga, Zona Sul
Hospital Infantil Darcy Vargas, no Morumbi, Zona Sul

Em maio, o governo estadual publicou no Diário Oficial a convocação para as entidades privadas se candidatarem para cuidar desses hospitais.

Segundo o governo, as OSS serão classificadas de acordo com alguns critérios, entre eles a experiência na administração de serviços de alta complexidade. O orçamento mensal para cada unidade será fixado pela Secretaria de Estado da Saúde e os interessados devem apresentar em breve um projeto detalhando como vão atuar.

Hoje, os médicos que atendem nesses três hospitais são servidores públicos concursados. A maioria com um longo histórico de atendimento a essas comunidades. Eles têm medo de serem dispensados, já que o edital de contratação das Organizações Sociais prevê que a parte contratada atenda os pacientes do SUS com recursos próprios, tanto humanos quanto técnicos.

O governo do estado é responsável por 42 unidades de saúde na Grande São Paulo. Segundo um levantamento realizado pelo Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp), destas unidades, 61% atendem de portas abertas e em 26 unidades, o paciente não precisa ter sido indicado pelo sistema de regulação de vagas do SUS. Outras 16 unidades atendem apenas por encaminhamento.

O Hospital Estadual de Heliópolis, no bairro do Sacomã, Zona Sul de São Paulo. — Foto: Divulgação/Governo de SP

Dessas unidades, as organizações sociais são responsáveis por 69% dos hospitais que atendem de portas abertas, o que representa 18 estabelecimentos médicos. As outras 13 unidades, representando 81%, recebem pacientes encaminhados.

Segundo a dirigente do Simesp, Juliana Sales, a qualidade na assistência à saúde é uma preocupação neste tipo de contratação.

“O servidor público é contratado por concurso, o que elege quem tem a maior capacitação, e os que estão nesses estabelecimentos já têm anos de serviço, acumulando conhecimento e entregando qualidade na assistência à saúde. Quando há a entrega para iniciativa privada, a metodologia de contratação é outra”, disse.

A Secretaria da Saúde afirma que o sistema de atendimento não vai mudar nas unidades que serão repassadas.

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