Empresário denuncia médico da Hapvida na Câmara de Goiânia após complicações em cirurgia

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O empresário Márcio Lima usou a Tribuna Livre da Câmara Municipal de Goiânia na manhã desta quinta-feira, 26, para denunciar um médico neurocirurgião que atuava pelo plano de saúde Hapvida até janeiro deste ano. Segundo ele, uma cirurgia mal-sucedida na coluna o deixou com dificuldades permanentes de locomoção e sem condições de retornar ao trabalho.

Lima foi submetido a uma artrodese lombar em 23 de dezembro de 2024. O procedimento envolveu a colocação de oito pinos de suporte, mas, conforme relatou, houve erro no posicionamento do material e ausência de acompanhamento médico adequado no pós-operatório. “Fiquei 22 dias sem nenhum tipo de supervisão. O médico pediu uma tomografia que mostrou o problema, mas não continuou o acompanhamento comigo”, afirmou. Atualmente, ele precisa do auxílio de uma muleta para andar e enfrenta dificuldades motoras na perna esquerda.

O empresário ingressou com ação na Justiça para responsabilizar o médico e a operadora do plano, argumentando que houve violação de protocolos da sociedade médica especializada em cirurgia de coluna. Durante sua fala na tribuna, apresentou documentos, laudos e relatos médicos como provas das irregularidades.

Além de seu próprio caso, Lima reuniu outras quatro pessoas que também alegam ter sido prejudicadas por procedimentos realizados pelo mesmo profissional. Entre elas está a lojista Janaína Nunes, que também esteve presente na sessão plenária desta quinta. Ela foi submetida a uma cirurgia cerebral após diagnóstico errado de um tumor. Segundo o esposo, Diego Nunes, a operação foi invasiva e desnecessária. “O médico retirou parte da massa encefálica da Janaína, o que resultou na paralisia do lado esquerdo do corpo e numa ferida na cabeça que levou dois anos para cicatrizar”, contou. O casal afirma que outros especialistas disseram que bastaria um procedimento minimamente invasivo pela virilha para resolver o problema.

A denúncia gerou reação imediata de parlamentares. A vereadora Kátia Maria (PT) defendeu maior fiscalização sobre os atendimentos de planos de saúde privados. Já o presidente da Casa em exercício, Anselmo Pereira (MDB), encaminhou o caso à Comissão de Saúde, presidida pelo vereador Dr. Gustavo (Agir), para análise e acompanhamento.

O tema se soma a outras investigações em curso na Câmara. Em maio deste ano, o vereador Heyler Leão (PP) instaurou uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar a negativa de atendimento por parte de operadoras a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A CEI se baseia em legislações que asseguram o direito à saúde e ao tratamento contínuo.

Até o momento, a operadora Hapvida não se manifestou sobre as denúncias.

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