Pássaros resgatados em operação contra tráfico de animais retornam à natureza no Paraná

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Pássaros resgatados em megaoperação contra tráfico de animais são devolvidos à natureza no Paraná

Cinco pássaros das espécies azulão, sabiá-una, pássaro-preto e trinca-ferro foram soltos no Parque Municipal São Francisco de Assis, em Curitiba. Outros 41 animais apreendidos na operação ainda passam por avaliação médica.

Pássaros resgatados em megaoperação contra tráfico de animais são devolvidos à natureza [https://s02.video.glbimg.com/x240/13712537.jpg]

Pássaros resgatados em megaoperação contra tráfico de animais são devolvidos à natureza

Começaram a ser devolvidos à natureza parte dos animais silvestres que foram resgatados durante uma megaoperação contra um grupo de tráfico internacional de animais [https://DE.globo.com/pr/parana/noticia/2025/06/17/megaoperacao-trafico-animais-parana.ghtml]. Na quarta-feira (25), cinco pássaros das espécies azulão, sabiá-una, pássaro-preto e trinca-ferro foram soltos no Parque Municipal São Francisco de Assis, em Curitiba [https://DE.globo.com/pr/parana/cidade/curitiba/]. Veja imagens acima.

As aves passaram por reabilitação no Centro de Apoio à Fauna Silvestre (CAFS). Outros 41 animais – entre répteis, aracnídeos e aves – resgatados na operação estão com o Instituto Água e Terra (IAT), finalizando avaliações clínicas e exames laboratoriais para, então, também poder retornar à natureza, desde que sejam de espécies nativas.

Segundo o IAT, exemplares de espécies exóticas ou que não tenham mais condições de sobreviver no habitat natural serão destinados a estabelecimentos credenciados pelo órgão ambiental, como criadouros, zoológicos e mantenedores.

Pássaros foram devolvidos à natureza. — Foto: Denis Ferreira Netto/SEDEST-PR

Pássaros resgatados em megaoperação contra tráfico de animais são devolvidos à natureza

Para a bióloga do Instituto, Jéssica Jasinski, a soltura dos pássaros trouxe um sentimento de alegria, vitória e paz.

“São todas espécies nativas. E isso para a biodiversidade e conservação da espécie é o essencial. Eles estão aptos pra voo, ainda têm comportamentos selvagens e se alimentam sozinhos”, explicou a bióloga.

Guilherme Dias, que é delegado de Proteção ao Meio Ambiente da Polícia Civil do Paraná (PC-PR) também avaliou o momento como muito especial.

> “A prisão desses traficantes é importante. Porém, restituir a liberdade desses animais, que seriam destinados a cativeiros e ambientes indignos é a parte mais especial. Essas são só as primeiras solturas, muitas outras ainda virão e esperamos que grande parte desses animais que foram resgatados possam retornar à natureza, que é o lugar que eles nunca deviam ter saído”, disse o delegado.

Pássaros foram soltos no Parque Municipal São Francisco de Assis, em Curitiba. — Foto: Denis Ferreira Netto/SEDEST-PR

Pássaros resgatados em megaoperação contra tráfico de animais são devolvidos à natureza

MEGAOPERAÇÃO PRENDEU 16 PESSOAS E RECUPEROU CENTENAS DE ESPÉCIES NATIVAS E EXÓTICAS

No dia 17 de junho, a Polícia Civil cumpriu 38 mandados de busca e apreensão em municípios do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina em endereços ligados a suspeitos de participar do grupo criminoso que traficava animais. Os policiais estiveram em residências, clínicas veterinárias e cativeiros.

A polícia também identificou que o grupo traficava onças, macacos e outros animais silvestres e exóticos. Foram 16 pessoas presas, incluindo um médico veterinário. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

Os suspeitos são investigados por tráfico de animais, maus-tratos a animais, falsificação de documentos públicos, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas que podem chegar a 25 anos de prisão.

Segundo a polícia, a ação teve como objetivo desmantelar um dos maiores grupos de tráfico de animais do Brasil, com foco nos distribuidores nacionais sediados em São Paulo e nos distribuidores regionais nos demais estados onde a operação ocorreu.

A ação foi resultado de dois anos de investigações, que revelaram um esquema envolvendo mais de 20 mil membros em grupos clandestinos em aplicativos de mensagens e redes sociais, nos quais agentes da polícia se infiltraram.

Cinco pássaros, de quatro diferentes espécies, foram soltos na quarta-feira (25). — Foto: Denis Ferreira Netto/SEDEST-PR

Pássaros resgatados em megaoperação contra tráfico de animais são devolvidos à natureza

COMO AGIAM OS CRIMINOSOS

Se antes os animais eram expostos em feiras, atualmente é no comércio online que são oferecidos, tanto em grupos fechados de aplicativos de mensagens quanto em redes sociais.

Segundo a polícia, na internet os criminosos conseguem esconder identidades, reduzir a perda de animais em cativeiro e ampliar o alcance das vendas.

A investigação também apontou que foram criadas redes de parceria entre traficantes especializados em determinadas espécies. Um deles poderia vender araras e tucanos, enquanto outro fornecia primatas, por exemplo.

A entrega dos animais ocorre de diversas formas, como aplicativos de transporte a ônibus e caminhões, conforme a investigação.

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