Cosplayers levam arte e criatividade ao Festival do Japão em Brasília
Artistas produzem figurinos detalhados e interpretações que vão além da fantasia. No Distrito Federal, a prática tem ganhado cada vez mais adeptos.
Mais do que vestir uma fantasia, o cosplay é uma forma de expressão artística que une criatividade, habilidade manual e paixão por personagens da cultura pop.
No Distrito Federal, a prática tem ganhado cada vez mais adeptos. Neste fim de semana, o Festival do Japão recebe a presença de diversos cosplayers e entusiastas da arte.
O que é cosplay?
Cosplay é a abreviação de “costume play”, termo em inglês que significa “brincar de se fantasiar”. Mas quem vive essa arte sabe que vai muito além da brincadeira. Envolve pesquisa, costura, pintura, escultura e, muitas vezes, atuação.
Nara Izumi, de 23 anos, começou no universo do cosplay durante a pandemia de Covid-19 e, hoje, é referência em Brasília. Ela encontrou na arte uma forma de se expressar e levar alegria a outras pessoas. Nara Izumi começou a se vestir como personagens para entreter as crianças de quem cuidava no emprego de babá.
Em 2022, Nara passou a atuar como animadora de festas. Atualmente, ela interpreta princesas, personagens de animes e mangás e vocaloids — personagens virtuais que representam vozes sintetizadas por software.
O encantamento de Sander Gomes, maquiador de 31 anos, pela arte do cosplay começou em 2010, quando foi a um evento geek com uma amiga. Hoje produz os próprios figurinos com ajuda de amigos e familiares.
Cada detalhe da roupa é pensado para representar fielmente o personagem escolhido. Além da confecção dos trajes, os cosplayers também trabalham maquiagem, acessórios e a presença de palco em eventos, buscando transmitir a essência do personagem com gestos, expressões e postura.
Nara também se dedica à produção dos figurinos. Ela mesma estiliza as perucas e explica que o cosplay envolve várias áreas: cosmaker (quem produz roupas do cosplay), wigmaker (quem produz perucas de cosplay), propmaker (quem produz acessórios do cosplay) e contest (competição ou concurso dentro de evento).
O maquiador afirma que o maior desafio está nos detalhes técnicos. “A parte mais difícil de um cosplay é a proporção de tudo. As medidas da roupa, dos detalhes e acessórios não podem ser tão grandes nem tão pequenas. É complicado acertar isso”, diz o cosplayer.
Desafios e equilíbrio
Conciliar o hobby com outras responsabilidades também exige organização. Nara se destaca por fazer black cosplay, representando personagens independentemente da cor da pele. Para ela, o mais importante é transmitir a essência do personagem.
Apesar da paixão, ela reconhece que o caminho não é fácil. Para a jovem, o mais desafiador é ganhar espaço e vencer o preconceito. Além disso, a produção tem um custo alto, peças de cosplay podem custar mais de mil reais, segundo Nara Izumi.
“O aspecto mais gratificante para mim é o resultado final do cosplay e a fidelidade do personagem. Eu me sinto bem quando entrego um cosplay fiel e rico em detalhes”, finaliza Sander Gomes.