Geada atinge lavouras no Sul de Minas e faz preço de vegetais disparar em Pouso Alegre, MG
Os preços da maioria dos vegetais subiram nos últimos dias — em alguns casos, o valor chegou a dobrar.
A geada que atingiu o Sul de Minas na semana passada já tem reflexos diretos no bolso do consumidor. Em Pouso Alegre, os preços da maioria dos vegetais subiram nos últimos dias — em alguns casos, o valor chegou a dobrar. No Centro de Abastecimento da cidade, o CEMA, quem vai às compras percebe a diferença nas prateleiras.
“Chega aqui, você já vê a diferença na hora de pagar os produtos”, reclamou o entregador Edjalma Martins. “As coisas estão só aumentando, não tem jeito”, completou a gerente comercial Larissa Mairynk.
Segundo o diretor de abastecimento do CEMA, Henrique Jóia, a geada afetou diversas lavouras na região. A fina camada de gelo queimou hortaliças e reduziu a oferta de produtos, o que provocou a alta de preços.
Os legumes foram os mais impactados. Veja alguns exemplos:
– Vagem: a caixa de 12 quilos subiu de R$ 60 para R$ 120
– Berinjela: passou de R$ 25 para R$ 50
– Chuchu: a caixa de 20 quilos foi de R$ 30 para R$ 60
– Abóbora: de R$ 70 para R$ 120
– Pimentão: de R$ 35 para R$ 60
– Jiló: de R$ 60 para R$ 100
– Tomate: de R$ 90 para R$ 120
As folhosas, como alface, cheiro-verde e rúcula, mantiveram os preços: a dúzia está sendo vendida a R$ 20. De acordo com o produtor Maurício dos Santos Natal, o uso de estufas ajudou a proteger parte da produção.
“Afetou um pouco as áreas descobertas, mas como é época de menor demanda por saladas, o impacto no preço foi pequeno”, explicou.
Já para o pequeno produtor que não tem condições de investir em cultivo protegido, os prejuízos foram maiores.
“Espero que não tenhamos outra geada tão forte, porque a perda será maior e os preços vão subir ainda mais”, alertou Henrique Jóia.
As frutas, por outro lado, não apresentaram variação significativa. O morango, por exemplo, continua sendo vendido a R$ 22 a caixa com quatro cumbucas. A boa oferta no mercado tem ajudado a manter os valores estáveis.
“Estamos colhendo bastante agora. Algumas regiões foram mais afetadas, mas no geral, os preços devem se manter médios”, afirmou o produtor Hélcio Henrique Pereira.
Para a engenheira agrônoma Bárbara Domingues Vieira, o momento exige investimentos em proteção das lavouras. “Cultivo em estufas ou túneis pode ajudar não só contra geadas, mas também contra outros fatores climáticos. Com a virada do Plano Safra, é uma boa oportunidade para produtores buscarem financiamento e reduzirem os riscos no campo”, avaliou.