Juliana Marins: entenda por que a família da jovem pediu nova autópsia
A Advocacia-Geral da União disse que vai cumprir voluntariamente o pedido de nova autópsia no corpo da brasileira.
Corpo de Juliana Marins deve chegar a São Paulo nesta terça-feira (1)
O corpo de Juliana Marins, brasileira que morreu durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, deve chegar ao Brasil nesta terça-feira (1º). A família informou que vai solicitar uma nova autópsia.
O pedido de uma nova autópsia partiu da família de Juliana, que foi à Justiça. “Com o auxílio da Prefeitura de Niterói, acionamos a Defensoria Pública da União (DPU-RJ), que imediatamente fez o pedido na Justiça Federal solicitando uma nova autópsia”, informou Mariana Marins, irmã da jovem.
A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que vai cumprir voluntariamente o pedido de nova autópsia no corpo de Juliana. Segundo a Defensoria Pública da União, o exame necroscópico deve ser realizado em até seis horas após o desembarque, para preservar eventuais evidências sobre as circunstâncias da morte.
O motivo, segundo a defensora Taísa Bittencourt Leal Queiroz, responsável pelo pedido à Justiça Federal, é a “ausência de esclarecimento sobre a causa e o momento exato em que a vítima morreu”.
AUTÓPSIA EM BALI
A 1ª autópsia foi realizada na quinta-feira (26), em um hospital de Bali, logo depois que o corpo foi retirado do Parque Nacional do Monte Rinjani.
De acordo com o exame, a brasileira morreu por causa de múltiplas fraturas e lesões internas, não sofreu hipotermia e sobreviveu por 20 minutos após um trauma. O que não ficou claro é em que momento aconteceu essa lesão fatal, já que a jovem foi vista em três profundidades diferentes no penhasco.
As informações foram passadas na sexta (27) pelo médico-legista Ida Bagus Putu Alit, em uma entrevista coletiva no saguão do Hospital Bali Mandara.
Governador se manifesta
Pela primeira vez desde após a morte de Juliana, uma autoridade política da Indonésia se posicionou sobre o episódio. Lalu Muhamad Iqbal, que governa a província de Sonda Ocidental, onde fica o vulcão Rinjani, publicou um vídeo no sábado (28) e admitiu falta de estrutura durante a tentativa de resgate da jovem.
Ele informou também que vai rever os procedimentos de salvamentos em novos incidentes.
Desde a semana passada, o DE e a TV DE têm tentado contato com autoridades indonésias. A equipe de reportagem tentou contato com a polícia, os diretores do parque, com a prefeitura da ilha de Lombok, com o Ministério do Turismo, com o Ministério das Florestas, responsável pelo parque, com o Ministério do Exterior e até com a Presidência da Indonésia, mas não houve resposta.
Iqbal divulgou uma gravação de pouco mais de 3 minutos, narrada por um homem e intitulada “Carta aberta para meus irmãos e irmãs brasileiros”.
No áudio, ele atribuiu o atraso no resgate à chuva persistente e à neblina densa, mas admitiu que a região não dispõe de estrutura adequada para operações desse tipo.