A ex-diretora de presídio na Bahia está sendo investigada por um caso chocante que envolve romance com preso, facilitação da fuga de detentos, associação com facções criminosas e corrupção. Joneuma Silva Neres, de 33 anos, foi indiciada por ter facilitado a fuga de 16 presos da unidade em Eunápolis, no extremo sul do estado, em dezembro do ano passado, apenas nove meses após assumir o cargo.
Além de Joneuma, outras 17 pessoas foram indiciadas pelo Ministério Público do estado, incluindo Wellington Oliveira Sousa, ex-coordenador de segurança do presídio. O relacionamento extraconjugal da ex-diretora com um interno do presídio, identificado como Ednaldo Pereira de Souza, conhecido como Dadá, é um dos pontos investigados, assim como a suspeita de ter recebido propina da facção à qual o preso era ligado.
O processo revela que Joneuma autorizou diversas regalias aos presos, como a entrada irregular de roupas, freezers, ventiladores e sanduicheiras na unidade prisional. A gestão da ex-diretora chamou atenção pelas condutas questionáveis desde que assumiu o cargo, mostrando um claro favorecimento aos detentos e indícios de envolvimento com atividades ilícitas.
Wellington Oliveira foi uma das testemunhas que denunciaram as irregularidades cometidas por Joneuma. Em seus depoimentos, ele descreveu encontros sigilosos entre a ex-diretora e Dadá na sala de videoconferências, além de conceder benefícios aos presos que eram aliados do chefe da facção criminosa. O ex-coordenador relatou ainda que a ex-diretora mantinha a ferramenta utilizada na fuga dos detentos em sua sala por dias.
A investigação aponta que Joneuma estava grávida na época de sua prisão e que seu bebê nasceu prematuro, permanecendo com ela na cela do Conjunto Penal de Itabuna. Embora a ex-diretora negue qualquer envolvimento amoroso com Dadá, as evidências levantadas no processo contradizem essa afirmação. A defesa alega que os benefícios concedidos aos detentos visavam manter a ordem na unidade prisional e evitar conflitos entre os presos.
A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado (Seap) garante que não compactua com privilégios concedidos aos detentos e está colaborando ativamente com as investigações. A atuação conjunta com a Polícia Civil e a Força Nacional visa identificar e punir todos os envolvidos nos crimes cometidos no Conjunto Penal de Eunápolis. A situação ainda está em desenvolvimento e novas informações podem surgir à medida que o caso avança.