Homem morre 14 dias após explosão em fábrica clandestina de fogos na Bahia; outro acidente no mesmo local matou dois irmãos
Vítima estava internada no Hospital Geral do Estado (HGE) desde o dia 20 de junho, quando ocorreu o fato. Quatro dias depois do ocorrido, houve outra explosão, ferindo as outras vítimas.
Um homem morreu na madrugada desta sexta-feira (4), 14 dias após uma explosão dentro de uma fábrica clandestina de fogos de artifício, ocorrida em Maragogipe, cidade do Recôncavo da Bahia.
A informação foi confirmada pela Prefeitura. Leandro Almeida Lima estava internado no Hospital Geral do Estado (HGE), referência em queimaduras, em Salvador.
O homem trabalhava na fábrica quando aconteceu o acidente no dia 20 de junho. Quatro dias depois, no feriado de São João, outra explosão deixou mais duas vítimas feridas.
Eram os irmãos João Vitor de Jesus Batista, de 17 anos, e David Miguel de Jesus Batista, 25. Eles também foram tratados no HGE, mas não resistiram.
Um deles morreu no dia 30 de junho e o outro na última quarta-feira (2). Na quinta (3), o Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT) divulgou a abertura de uma investigação sobre os casos.
Segundo o órgão o inquérito foi instaurado para identificar o responsável pela fábrica clandestina e investigar as circunstâncias dos acidentes. No caso dos irmãos, um helicóptero chegou a ser utilizado para resgatar os irmãos.
Ainda segundo o órgão, uma série de ações foram realizadas em parceria com a Polícia Civil (PC), Departamento de Polícia Técnica, Exército e Superintendência Regional do Trabalho (SRT-BA) em 2025. No total, foram apreendidos 2,8 milhões de fogos ilegais e duas pessoas foram presas.
Além de Salvador, também foram apreendidos materiais clandestinos em cidades como Cruz das Almas, Santo Antônio de Jesus, Sapeaçu, Serrinha e Feira de Santana. As equipes ainda estiveram em outro ponto de produção ilegal, na cidade de Alagoinhas, onde cinco trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão.
No início de junho, mais de duas mil “espadas” — tipo de fogo de artifício — foram apreendidas na cidade de Cruz das Almas, no Recôncavo da Bahia. O material também foi encontrado em uma fábrica clandestina, que funcionava na zona rural da cidade.
Já no dia 19 de junho, próximo ao dia de São João, uma operação da Polícia Civil (PC) apreendeu 2,5 milhões de fogos de artifício clandestinos na Bahia. A apreensão bateu recorde, sendo a maior nos últimos 10 anos, quando a fiscalização começou.
O MPT aponta que a atividade ilegal mudou desde a grande explosão de 1998, lembrada pelo órgão como a maior tragédia trabalhista da Bahia. Após o grande número de apreensões e resgates de pessoas, a atividade não acontece mais em um galpão e foi pulverizada pelas zonas rurais do estado.