O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira, 4, que pretende aumentar significativamente as tarifas comerciais para uma série de países, caso não firmem novos acordos com o governo norte-americano até o prazo estabelecido de 9 de julho.

Segundo Trump, cerca de 10 a 12 países por dia começarão a ser notificados a partir deste sábado. As cartas detalharão as novas taxas, que devem entrar em vigor em 1º de agosto. Os percentuais variam entre 10% e 70%, de acordo com o modelo final de tarifas elaborado por sua equipe.

“Fizemos o modelo final, e ele explicará o que os países pagarão em tarifas”, declarou Trump na Base Conjunta Andrews. Em abril, ele já havia imposto tarifas “recíprocas” de até 50% sobre vários parceiros comerciais, mas os novos percentuais podem ultrapassar esse patamar, chegando a 60% ou 70%. A possibilidade de aumentos tão expressivos gerou instabilidade nos mercados internacionais, que reagiram com queda nos índices de ações e futuros, enquanto o dólar e os títulos do Tesouro norte-americano também registraram desvalorização.

Embora os mercados dos EUA estivessem fechados em razão do feriado de 4 de julho, os impactos foram sentidos globalmente.

Trump não especificou quais países serão atingidos, mas já havia criticado nações como Japão e União Europeia por, segundo ele, adotarem práticas comerciais desleais. Durante a semana, chegou a dizer que o Japão, a quem chamou de “mimado”, poderia receber uma tarifa de até 35%. No entanto, não está claro se a ameaça faz parte de uma estratégia de pressão nas negociações.

O ex-presidente indicou que ainda há espaço para negociação e que o prazo de 9 de julho pode ser flexibilizado para os países que demonstrarem boa vontade em firmar novos acordos com os Estados Unidos.