Influenciador indiciado após filmar colega sob trem em SP disse que faz conteúdo para ‘aparecer’ nas redes sociais
Durante depoimento à polícia, ele destacou que essa foi a primeira vez que gravou nos trilhos de trem. Imagens mostram momento em que trem passa acima de homem vendado, deitado nos trilhos. Para pesquisadora é preciso uma mudança na sociedade para que esse tipo de conteúdo perca engajamento.
Suposto influenciador deita em trilho de trem em Itaquaquecetuba [https://s02.video.glbimg.com/x240/13730017.jpg]
O influenciador e barbeiro Daniel Gomes Conrado, de 35 anos, que filmou o colega deitado na linha de trem da Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM), em Itaquaquecetuba [https://DE.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/cidade/itaquaquecetuba/], na Grande São Paulo, disse à polícia que ele e os amigos produzem conteúdo para aparecer nas redes sociais.
De acordo com o delegado, Conrado afirmou que essa foi a primeira vez que gravaram nos trilhos. Além de produzir vídeos para a internet, ele é proprietário de uma barbearia em Suzano [https://DE.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/cidade/suzano/].
Ele e Jonatan da Silva Cunha, de 34 anos, foram identificados como os autores do vídeo nesta sexta-feira (4). As imagens que viralizaram nos últimos dias foram gravadas na estação Aracaré, em Itaquaquecetuba, da linha-12 Safira da CPTM. Nelas, Jonatan aparece vendado e deitado nos trilhos enquanto o trem passa acima dele e Conrado grava a cena. Os dois foram indiciados.
No depoimento, o Conrado relatou que pediu a Jonatan, que trabalha como reciclador, para deitar no trilho e aguardar o trem passar acima dele para gravar e postar na internet.
Os suspeitos prestaram depoimento na delegacia nesta sexta-feira após receberem intimação da polícia. Eles foram indiciados e podem responder pelos crimes de perigo de desastre ferroviário e incitação ao crime.
Vídeos de pessoas se arriscando em trens não são novidade na internet. A cena, exibida nas redes sociais, pode servir de alerta sobre os riscos que esse tipo de conteúdo pode causar, especialmente, em crianças e adolescentes.
Para a pesquisadora de comunicação e professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas Juliana Doretto, é preciso uma mudança da sociedade para que conteúdos desse tipo percam engajamento.