O Ministério Público da Bahia (MP-BA) firmou um acordo com o afoxé Filhos de Gandhy para garantir a inclusão de homens trans no bloco carnavalesco e evitar a exclusão com base em cláusulas discriminatórias do estatuto. A Associação Afoxé Filhos de Gandhy se comprometeu a excluir a cláusula que limitava a participação no bloco às pessoas do sexo masculino cisgênero, assegurando a presença de homens independentemente da identidade de gênero.
O acordo firmado entre o MP-BA e o afoxé Filhos de Gandhy foi motivado por denúncias e manifestações públicas que relataram a exclusão de homens trans dos desfiles do bloco devido a uma regra estatutária discriminatória. Com a exclusão dessa cláusula, a participação de homens trans será garantida, promovendo a diversidade e inclusão no contexto carnavalesco.
Como parte do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), a Associação Afoxé Filhos de Gandhy se comprometeu a alterar o estatuto e divulgar uma nota pública nas redes sociais e no site oficial do bloco, ressaltando que homens trans são bem-vindos no Filhos de Gandhy. Além disso, como forma de reparação social, a associação realizará uma doação ao Coletivo Mães da Resistência e produzirá camisas para o Instituto Brasileiro de Transmasculinidades.
O afoxé Filhos de Gandhy, um tradicional bloco de afoxé de Salvador, realizou o 76º Carnaval de Salvador neste ano com o tema “Ogum – O Senhor do Ferro, dos Metais e da Tecnologia!”. O desfile ocorreu nos circuitos Osmar (Campo Grande) e Dodô (Barra-Ondina), contando com a participação de cerca de quatro mil associados, compostos exclusivamente por homens. O bloco já recebeu diversos famosos em seus desfiles e prestou homenagens a nomes como Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Além dos artistas baianos, outros nomes como Humberto Carrão, Evaldo Macarrão e Paulo Lessa também participaram do Carnaval com os Filhos de Gandhy, enriquecendo a tradição e a história do bloco. A iniciativa do MP-BA em garantir a inclusão de homens trans no afoxé Filhos de Gandhy reforça a importância da diversidade e do respeito à identidade de gênero, promovendo um ambiente mais inclusivo e igualitário dentro do universo carnavalesco na Bahia.
