Esposa de Guilherme Ferreira questiona motivação de crime fatal: “Só por ser jovem negro correndo para pegar ônibus”

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A esposa de Guilherme Dias Santos Ferreira, de 26 anos, que foi morto por um policial militar com um tiro na cabeça por engano, lamenta a tragédia e questiona a motivação do crime. Em meio à comoção e revolta pela perda do marido, Sthephanie dos Santos Ferreira Dias não se conforma com o motivo do assassinato: “Só porque é um jovem negro, preto e estava correndo para pegar o ônibus”. O caso chocante ocorreu na Estrada Ecoturística de Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, na última sexta-feira.

Guilherme Dias Santos Ferreira, que trabalhava como marceneiro, foi baleado quando estava chegando no ponto de ônibus após sair do trabalho. Ele apenas carregava uma marmita, talheres, um livro e a roupa de trabalho. A versão do policial militar envolvido no caso é de que ele reagiu a uma tentativa de roubo de sua moto por suspeitos armados, atirando acidentalmente em Guilherme durante a confusão. No entanto, a esposa da vítima afirma que o jovem foi assassinado a sangue frio pelas costas por ser negro.

O PM responde em liberdade após pagar fiança de R$ 5.600 e foi autuado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Por outro lado, familiares e colegas de trabalho de Guilherme destacam sua conduta exemplar e o descrevem como um homem de Deus, bom filho, bom esposo e trabalhador. Ele havia retornado das férias e estava apenas no segundo dia de trabalho quando foi tragado pela fatalidade.

Mesmo diante da tragédia, Guilherme e sua esposa planejavam construir uma família e realizar sonhos juntos, como ter filhos, reformar a casa e viajar para celebrar dois anos de casados. Ele era conhecido por ser correto e dedicado ao serviço, nunca se envolvendo em problemas. No entanto, o desfecho trágico de sua vida impactou não só sua família, mas também a comunidade, que exige justiça e responsabilização do PM envolvido.

A Polícia Civil informou que Guilherme não estava envolvido com o crime e se aproximava com pressa do ponto de ônibus no momento em que foi atingido. Com base nas primeiras provas, acredita-se que o policial militar agiu por erro de percepção ao confundir Guilherme com um dos suspeitos de tentar roubar sua moto. A investigação continua com apoio da perícia técnica para esclarecer os fatos e buscar justiça para a família enlutada pelo trágico acontecimento.

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