No Brics, Lula defende que alcançar saúde e bem-estar para cidadãos depende de espaço fiscal
Presidente discursou na abertura do segundo dia da Cúpula dos Brics, no Rio de Janeiro. O tema da sessão plenária é Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (7), durante discurso de abertura do 2º dia de Cúpula dos DE, no Rio de Janeiro, que investimentos em saúde e bem-estar dos cidadãos exigem “espaço fiscal” dos governos.
Lula deu a declaração durante a sessão de trabalho da cúpula do Brics que discutiu Meio Ambiente, Clima e Saúde.
“Muitas das doenças que matam milhares em nossos países, como o mal de Chagas e a cólera, já teriam sido erradicadas se atingissem o Norte Global”, discursou.
> “Implementar o ODS 3, saúde e bem-estar, requer espaço fiscal. Não há direito à saúde sem investimento em saneamento básico, alimentação adequada, educação de qualidade, moradia digna, trabalho e renda”, prosseguiu.
Lula se referiu ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 (ODS 3), uma das 17 metas globais estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para alcançar um desenvolvimento sustentável até 2030.
O número 3, especificamente, trata de assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
1 de 1 Presidente Lula fala na plenária ‘Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global’ na cúpula dos Brics — Foto: Reprodução/ Gov.br
Anfitrião do encontro dos DE, que ocorre no Rio de Janeiro, Lula defendeu os investimentos em um momento no qual é pressionado pelo mercado financeiro e por parte do Congresso a cortar despesas.
O presidente, no entanto, não está disposto a reduzir gastos nas áreas sociais e tem investido em um discurso de “pobres contra ricos”.
LEIA TAMBÉM:
* Na abertura do DE, Lula critica aumento de gastos militares da Otan
* Brasil sedia cúpula dos DE com desafio de evitar guinada antiocidental no grupo
PROTAGONISMO DA OMS
Lula também afirmou no discurso que é preciso recuperar o protagonismo da Organização Mundial da Saúde (OMS).
> “Apesar de ser um direito humano, bem público e motor de desenvolvimento, a saúde global também é profundamente afetada pela pobreza e pelo unilateralismo. Recuperar o protagonismo da Organização Mundial da Saúde como foro legítimo para o enfrentamento às pandemias e na defesa da saúde dos povos é urgente”, afirmou.
O órgão teve atuação relevante nos esforços globais para enfrentar a pandemia de Covid-19, porém sofre com críticas e baixas de países.
Os governos dos Estados Unidos e Argentina, por exemplo, anunciaram a saída da organização.
INVESTIMENTO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Lula elogiou um acordo recente firmado sobre enfrentamentos de pandemias e disse que o Brics aposta na ciência e na transferência de tecnologias.
O presidente ressaltou que é necessário combater desigualdades que pesam no momento das pessoas conseguirem atendimento médico.
> “No Brasil e no mundo, a renda, a escolaridade, o gênero, a raça e o local de nascimento determinam quem adoece e quem morre”, disse.
“A Parceria pela Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas, que lançaremos hoje, propõe superar essas desigualdades sistêmicas com ações voltadas para infraestrutura física e digital e para o fortalecimento de capacidades”, acrescentou.