Indígenas bloqueiam BR-101 pedindo soltura de cacique preso na Bahia

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Indígenas bloqueiam rodovia para reivindicar soltura de cacique preso suspeito
de portar armas e munições na Bahia

Welington Ribeiro de Oliveira, o cacique Suruí Pataxó, foi detido em uma ação da
Força Nacional de Segurança, no território indígena de Barra Velha, zona de
tensão agrária localizada em Porto Seguro.

Indígenas bloqueiam BR-101, em Itamaraju, para reivindicar soltura de cacique
preso em ação da Força Nacional de Segurança Pública — Foto: Arquivo pessoal

Cerca de 30 indígenas protestaram e bloquearam a BR-101, em Itamaraju,
no extremo sul da Bahia,
nesta segunda-feira (7), para reivindicar a soltura de Welington Ribeiro de
Oliveira, o cacique Suruí Pataxó, em uma ação da Força Nacional de Segurança.

No dia 2 de julho, ele e outros três suspeitos foram flagrados com armas
no território indígena de Barra Velha, zona de tensão agrária localizada em
Porto Seguro. Segundo
informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os indígenas também exigem
remarcação de terras.

O grupo interditou totalmente o trecho da rodovia, nas proximidades do trevo de
Itamaraju, próximo à entrada do Parque Nacional Monte Pascoal. Na sexta-feira
(4), os manifestantes também bloquearam a via para reivindicar a soltura de
Welington Ribeiro e a remarcação de terras.

Grupo intercepta agentes da Força Nacional de Segurança e solta homens
flagrados com armas em área de conflitos indígenas na BA

Em nota, o Conselho de Caciques do Território Indígena Barra Velha de Monte
Pascoal manifestou, na sexta-feira, indignação e repúdio à ação que terminou com
a prisão do cacique.

Segundo a entidade, a abordagem foi conduzida sem mandado de prisão, com
motivação “claramente politica e persecutória”, revelando objetivo de incriminar
o cacique por ele ser uma “liderança ativa na luta pelos direitos dos povos
indígenas”.

Isso evidencia a gravidade da criminalização do movimento indígena e da luta
por direitos assegurados pela Constituição Federal de 1988 e por tratados
internacionais, como a Convenção 169 da OIT”, destacou o comunicado.

Grupo interditou totalmente o trecho da rodovia, nas proximidades do
trevo de Itamaraju, próximo à entrada do Parque Nacional Monte Pascoal — Foto:
Arquivo pessoal

O QUE DIZ O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública confirmou os fatos citados
e disse que a atuação da Força Nacional na região prioriza a preservação da
vida, o respeito à cultura, aos direitos e à integridade dos povos originários.

Conforme o órgão, os agentes recebem treinamento específico para atuar em
contextos de alta complexidade, com foco na resolução pacífica de conflitos e na
proteção dos mais vulneráveis.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública reforçou ainda o respeito à luta dos
povos indígenas, afirmou que reconhece a importância das lideranças tradicionais
e ressaltou que segue à disposição para o diálogo com todas as comunidades
envolvidas.

Grupo é detido com armas e munições em área de conflitos indígenas na
Bahia — Foto: Divulgação

REFORÇO POLICIAL

Força Nacional chega ao extremo sul da Bahia

Os agentes da Força Nacional de Segurança Pública enviados pelo Governo Federal
chegaram a Porto Seguro no dia 28 de abril. Segundo o Ministério da Justiça, o
grupo permanecerá no município por 90 dias.

O anúncio da chegada dos agentes
foi feito no dia 17 do mesmo mês, dois dias antes da data em que foi celebrado o
Dia dos Povos Indígenas.

A organização diz que foram feitas cinco paradas durante o percurso, todas
“marcadas por agressões verbais e ameaças”, configurando “grave violação dos
direitos humanos e desrespeito total à dignidade das lideranças indígenas e de
seus jovens”.

Grupo interditou totalmente o trecho da rodovia, nas proximidades do
trevo de Itamaraju, próximo à entrada do Parque Nacional Monte Pascoal — Foto: Arquivo pessoal

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