Danúbia de Souza Rangel, ex-mulher de Nem da Rocinha, foi encaminhada para a Unidade Materno-Infantil (Umi) no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo informações da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), as mães têm permissão para permanecer na unidade com os filhos por até um ano. A decisão da Justiça pela manutenção da prisão foi tomada após a audiência de custódia realizada nesta segunda-feira (7).
Nascida há poucos dias, a filha de Danúbia apresenta Síndrome de Down, o que motivou a solicitação da defesa pela prisão domiciliar. No entanto, a determinação judicial foi pela continuidade da detenção. A Unidade Materno-Infantil abriga atualmente 14 detentas, sendo 7 lactantes e 7 gestantes, e tem o propósito de humanizar o tratamento das mães encarceradas. O espaço não possui celas, mas ambientes adaptados para mães e bebês.
Apesar do período mínimo estipulado por lei para que as crianças fiquem na unidade ser de 6 meses, a permanência pode ser estendida conforme avaliação da administração, podendo chegar a um ano. Após esse período, os bebês são entregues às suas famílias e as mães são transferidas para prisões convencionais. Danúbia, que já havia cumprido pena por outros crimes anteriormente, agora deverá iniciar o cumprimento de uma pena de 9 anos e 4 meses em regime fechado.
A ex-mulher de Nem relembrou o momento de sua prisão momentos depois de dar à luz, destacando que sua filha apresentava riscos à saúde por estar na posição pélvica. A prisão preventiva foi efetuada pela Polícia Civil devido a uma condenação por lavagem de dinheiro, processo ao qual Danúbia respondia desde 2017. Mesmo após ter cumprido pena por outros delitos, ela aguardava o desfecho desta questão em liberdade até receber a sentença condenatória.
Em um vídeo divulgado ainda na maternidade, Danúbia defendeu sua solicitação de prisão domiciliar alegando que não sabia da condição de sua filha e que a situação estava sendo difícil para ela. A luta pela liberdade ganhou destaque com base em argumentos de cuidado à recém-nascida com Síndrome de Down. Após a notícia de ter que retornar à prisão, Danúbia expressou sua angústia diante da situação, tendo que realizar exames médicos em sua filha enquanto ainda estiver detida.
Em um momento anterior, Danúbia havia sido beneficiada com a liberdade condicional em janeiro do ano passado, após ter cumprido pena por associação ao tráfico de drogas e corrupção ativa. Porém, sua progressão para o regime semiaberto foi interrompida quando um celular foi encontrado em sua cela em 2019, resultando em seu retorno ao regime fechado. A ex-mulher de Nem tem um histórico judicial envolvendo diferentes crimes e penas cumpridas.
