Queda de balão em Praia Grande (SC): Anac diz que negou licença de voo livre ao piloto
Assinado nessa terça-feira (7), o despacho afirma que o piloto Elves de Bem Crescêncio fez a solicitação em 15 de dezembro de 2022. Quinze dias depois, a agência indeferiu o pedido.
Balão pega fogo durante passeio e cai em Praia Grande (SC)
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o piloto que operava o balão que caiu em Praia Grande (SC), e matou oito pessoas, solicitou ao órgão a licença de voo livre, mas teve o pedido negado por falta de informações. O dado consta no processo aberto pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) que investiga o caso.
Assinado nessa terça-feira (7), o despacho da Anac afirma que o piloto Elves de Bem Crescêncio fez a solicitação em 15 de dezembro de 2022. Quinze dias depois, a agência indeferiu o pedido. Ainda segundo o documento, o balão é do “tipo não certificado”.
Na prática, o documento faz parte de um trâmite interno da própria Anac, que solicitou informações para subsidiar a resposta sobre a situação do piloto junto ao órgão federal.
Atualmente, o balonismo turístico no Brasil não conta com regras técnicas específicas. As regras em vigor se referem ao balonismo desportivo, conforme frisou a Anac no documento.
Aline Marques, advogada de defesa de Elves, afirma que ele possui longa experiência em voos de instrução.
“A resposta corrobora com tudo aquilo que temos defendido. O primeiro ponto que eu destaco é a informação de que o piloto não possui qualquer advertência administrativa ou histórico desabonador, pelo contrário, mostra que há sim uma perícia, habilidade técnica e prática do piloto. O segundo ponto, comprova que o piloto e a aeronave possuem cadastro pela RBAC n° 103”, pondera Aline.
O caso segue sendo investigado e, com base em depoimentos colhidos com o piloto e os sobreviventes, a Polícia Civil divulgou que: o balão subiu por volta das 7h de sábado (21) com 21 pessoas a bordo e, logo no início do passeio, começou a pegar fogo; o extintor que estava dentro do cesto do balão não funcionou; o balão começou a descer e, quando estava perto do solo, os sobreviventes pularam, entre eles estava o piloto; mais leve, a estrutura voltou a subir. Quatro das vítimas pularam de uma altura de cerca de 45 metros e morreram; as chamas aumentaram e o cesto, com outras quatro vítimas, despencou. Elas morreram carbonizadas; os bombeiros enviaram o primeiro relatório sobre a queda às 8h18.
O piloto do balão disse que as chamas começaram pelo maçarico e o extintor de incêndio não funcionou. Outros sobreviventes também relataram a mesma situação. Os dois equipamentos foram encontrados e passam por perícia.
Além dos equipamentos, os policiais devem analisar ainda imagens do acidente e os destroços do balão para finalizar o laudo do acidente. O inquérito deve ser concluído nos próximos dias.
Em nota, a Sobrevoar, empresa responsável pela operação do balão, disse que suspendeu as atividades e o piloto tentou salvar todos a bordo.