Homem forja sequestro e pede R$ 180 mil ao pai com ameaças de enviar dedos à família: entenda o caso em Apucarana, PR

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Homem forja próprio sequestro e pede ‘resgate’ ao pai: mensagens ameaçavam enviar dedos à família

Caso aconteceu em Apucarana, no norte do Paraná. Investigação mostrou que aparelho usado para mandar ameaças foi encontrado nas mãos do filho no falso cativeiro. Pedido de ‘resgate’ tinha valor de R$ 180 mil.

O pai do homem que forjou o próprio sequestro – e pediu um “resgate” de R$ 180 mil – recebeu mensagens com ameaças. Em uma delas, os supostos sequestradores diziam que iriam enviar os dedos do filho à família se o pagamento não fosse feito.

O caso foi registrado em Apucarana, no norte do Paraná. Segundo a Polícia Civil (PC-PR), o filho fingiu ter sido vítima de sequestro para extorquir dinheiro do pai. O filho foi preso em flagrante. Durante o depoimento à polícia, negou o crime e foi liberado depois da audiência de custódia.

Os nomes dos envolvidos não serão divulgados para proteger a identidade do pai, que foi vítima de crime.

DE teve acesso às mensagens trocadas no período de quatro dias em que o filho estava supostamente desaparecido. “[…] a gente vai mandando 1 dedo do cara pra vcs [vocês] por dia”, o suspeito disse ao pedir o valor, enquanto afirmava que não iria aceitar menos do que havia pedido.

A polícia ainda não sabe se a conversa foi conduzida pelo filho ou por um terceiro. Entretanto, o delegado André Garcia, à frente do caso, disse que o aparelho usado para fazer contato com o pai foi encontrado nas mãos do filho no momento da prisão.

Os prints foram registrados em boletim de ocorrência no dia 3 de julho e a prisão aconteceu na sexta-feira (4) na zona rural de Cambira, no distrito Sete de Maio, depois da denúncia do pai. De acordo com o delegado, a vítima começou a negociar com o falso sequestrador em 30 de junho.

EM outro momento, ele disse que a vítima não deveria registrar boletim de ocorrência sobre sequestro, ameaçando matar o filho. Também foi enviada uma foto do filho com capuz e mãos amarradas em uma cadeira, como prova de que ele estava vivo.

Os policiais descobriram que se tratava de uma mentira após chegarem ao falso cativeiro e encontrarem o filho deitado na cama e mexendo no celular. “Ele [pai] passou as informações e fomos investigar imediatamente, considerando o caso como um sequestro. Em menos de 24 horas, nós descobrirmos quem estava mandando as mensagens e onde ele estava, que era o falso cativeiro onde ele foi fotografado. Para a nossa surpresa não era um sequestro e sim uma farsa, que caracteriza o crime de extorsão com a participação do próprio filho”, explicou o delegado.

O dono da casa, que não teve o nome divulgado, também foi preso. O delegado disse que os dois vão responder pelo crime de extorsão – que tem pena de reclusão de quatro a 10 anos e multa. Após a audiência de custódia, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) recomendou que os dois respondam em liberdade, porque o crime “não foi praticado com violência e os antecedentes dos noticiados não possuem relação” com a ação registrada.

A recomendação foi acolhida pela Justiça, que estabeleceu fiança de R$ 1.500 ao filho e uso de tornozeleira eletrônica. Ao dono da casa, não foram impostas medidas.

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