Professora é solta após amarrar menino autista de 4 anos em escola no Paraná

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Justiça decide soltar professora que amarrou menino autista de 4 anos em escola no Paraná

Professora foi presa em flagrante pela Guarda Municipal de Araucária na segunda-feira (7). DE fez contato com a defesa da docente e com a escola e aguarda retorno.

Menino autista de 4 anos é encontrado amarrado em banheiro de escola na Grande Curitiba [https://s03.video.glbimg.com/x240/13740710.jpg]

A Justiça do Paraná decidiu nesta quarta-feira (9) que a professora suspeita de ter amarrado um menino de 4 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) a uma cadeira dentro do banheiro de uma escola particular de Araucária [https://DE.globo.com/pr/parana/cidade/araucaria/], na Região Metropolitana de Curitiba [https://DE.globo.com/pr/parana/cidade/curitiba/] deve ser solta para responder ao processo em liberdade.

A decisão foi tomada pela Justiça após a audiência de custódia. A mulher, que foi presa em flagrante por maus-tratos na última segunda-feira (7), deverá ser monitorada por uma tornozeleira eletrônica.

Os pais dos alunos da escola Shanduca – Berçário e Pré-Escola foram informados de que a instituição de ensino entrou em recesso. DE tentou contato com a defesa da professora e com a escola, mas não teve resposta até a última atualização desta reportagem.

Depois da divulgação do caso, um outro pai recebeu imagens da filha, de 3 anos, dormindo sentada, com as mãos amarradas [https://DE.globo.com/pr/parana/noticia/2025/07/09/menina-presa-em-cadeira-mesma-escola-menino-autista-amarrado-parana.ghtml] em uma cadeira na mesma escola. Ainda não há confirmação sobre quem teria amarrado a menina. Saiba mais abaixo.

Esse segundo caso vai ser anexado ao processo, que já está aberto, para que as investigações corram em conjunto, segundo a advogada que defende as duas famílias.

INVESTIGAÇÕES

O delegado responsável pelo caso deve ouvir nesta quinta-feira (10) a dona da escola e a diretora. A investigação deve apurar agora quais eram os procedimentos adotados pela instituição para crianças autistas.

A polícia também vai investigar se outras pessoas que estavam na escola foram coniventes com as situações vividas pelos alunos. Se essa conduta for confirmada, essas pessoas também poderão responder criminalmente por omissão, crime que tem pena prevista entre um e quatro anos de prisão.

PROFESSORA DISSE QUE AMARROU MENINO PORQUE ELE ESTAVA AGITADO

Uma denúncia levou o Conselho Tutelar à escola na segunda-feira. A criança é autista e não verbal – ou seja, tem dificuldades significativas em se comunicar por meio da fala. No local, a equipe a encontrou sozinha, amarrada pelos pulsos e pela cintura com tiras de tecido. Ela estava presa a uma cadeira dentro do banheiro da instituição de ensino. Uma professora confessou ter amarrado o menino e foi presa em flagrante por maus-tratos.

“A gente não imaginava que uma coisa dessa ia acontecer. Ainda mais com o nosso filho. Quando eu soube, sem ver a imagem, já foi terrível. Quando eu vi as imagens, foi desesperador”, desabafa a mãe, Mirian de Oliveira Ambrozio.

Depois que as imagens gravadas pelo Conselho Tutelar repercutiram, a advogada que representa a família recebeu novas denúncias de maus-tratos contra o menino. Uma delas, que incluía novas imagens, mostra a criança amarrada em uma sala [https://DE.globo.com/pr/parana/noticia/2025/07/09/familia-descobre-que-menino-autista-de-4-anos-foi-amarrado-outras-vezes-em-escola-do-parana.ghtml]. Ainda não se sabe quem a prendeu nesta outra situação.

“A gente teve acesso a mais dois vídeos, ele com roupas diferentes, o que indica que são em dias diferentes”, afirma o pai do menino, Augusto Ambrósio.

Uma equipe da Guarda Municipal (GM) deu suporte à ocorrência. Aos agentes, a professora afirmou que amarrou o aluno porque “ele estava muito agitado”.

“Ela nos informou que tomou essa atitude em um momento em que a criança estava muito agitada, para tentar conter, porque as demais crianças da sala estavam ficando agitadas também”, detalha a conselheira tutelar Mônica Gawlak.

Os conselheiros tutelares informaram ainda a professora informou ter tomado a atitude com autorização da pedagoga da escola.

A professora foi encaminhada à delegacia e, durante depoimento, permaneceu em silêncio. Na terça-feira (8), o Ministério Público (MP) havia pedido a conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva.

A pedagoga foi encaminhada para a delegacia, mas não permaneceu presa, conforme apurou a RPC, afiliada da TV Globo no Paraná.

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