Castro confirma exoneração de Washington Reis da Secretaria de Transportes, mas critica demissão feita por Bacellar: ‘Desrespeitoso’
Exoneração foi assinada pelo presidente da Alerj horas após assumir como governador interino durante viagem de Castro, sem consulta. Reis esperava ser reconduzido, mas pressão de Bacellar, que ameaçou romper com o governo, impediu uma reviravolta.
O governador Cláudio Castro confirmou, na manhã desta quinta-feira (11), a exoneração de Washington Reis do cargo de secretário estadual de Transportes. O anúncio foi feito em uma rede social.
A demissão foi feita pelo presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), ao assumir o governo interinamente na semana passada. Assim que Castro embarcou para compromissos em Portugal, Bacellar exonerou Reis, sem conversar com o governador.
Apesar de manter a decisão, após longas conversas e pressões nos bastidores, Castro criticou Bacellar.
Desde sexta-feira (5), quem responde interinamente pela pasta é o secretário de Governo, André Moura. No entanto, até a manhã desta quinta, o nome e a foto de Washington Reis ainda constavam no site oficial do governo como titular da Secretaria de Transportes.
Mesmo após a exoneração, Reis continuou agindo como secretário. Na quarta-feira (10), seis dias após a demissão, ele participou de uma reunião no Ministério dos Transportes, em Brasília, ao lado do irmão, o deputado federal Gutemberg Reis, e de Jorge Bastos, presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística).
Durante todo o impasse, Washington Reis demonstrou confiança de que seria reconduzido ao cargo por Cláudio Castro. “Essa assinatura dele não tem valor nenhum. Ele não foi eleito, ele não é governador. O governador está voltando na segunda-feira, tenho uma ótima relação com o governador. Ele fez para aparecer. Se ele botasse uma melancia no pescoço, seria até mais plausível”, disse Reis na época.
Já Rodrigo Bacellar, principal articulador da exoneração, afirmou publicamente que romperia com o governo caso o governador decidisse revertê-la. “O governador tem todo o direito, quando chegar, de revogar a decisão, afinal ele foi eleito legitimamente pelo povo. Mas, uma vez ele fazendo isso, eu não compactuo mais com o projeto que ele mesmo escolheu e me convenceu, para que eu pudesse sucedê-lo no governo”, declarou Bacellar na semana passada.
A crise expôs fissuras na base governista e elevou a tensão entre os principais nomes do grupo político que sustenta o governo estadual. A disputa interna acirrada pode ter impactos significativos nas eleições futuras, com diferentes atores políticos tentando consolidar suas posições e alianças no cenário carioca.
A situação de Washington Reis como peça-chave nesse tabuleiro político ressalta a importância das relações de poder e influência nos bastidores do governo. A crise gerada pela sua exoneração e as reações dos envolvidos revelam as dinâmicas complexas e muitas vezes imprevisíveis da política local.
O desfecho desse episódio poderá definir não apenas o futuro de Washington Reis na administração estadual, mas também moldar o cenário político do Rio de Janeiro nos próximos anos. A incerteza e a instabilidade presentes nessa situação refletem as tensões e rivalidades existentes no ambiente político do estado. É fundamental acompanhar de perto os desdobramentos desse conflito para compreender suas possíveis consequências e desdobramentos no cenário político regional.