Ana Maria Gonçalves é a primeira mulher negra eleita para a Academia Brasileira de Letras. Publicitária, escritora, roteirista e dramaturga obteve 30 votos. Ela é a autora de ‘Um defeito de cor’, obra multipremiada que inspirou enredo da Portela em 2024.
Ana Maria Gonçalves foi eleita na quinta-feira (10) para a cadeira nº 33 da Academia Brasileira de Letras, vaga aberta com a morte de Evanildo Bechara. Ela se torna a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira da academia, que completa este mês 128 anos. Ana Maria obteve 30 votos. Em segundo lugar ficou Eliane Potiguara.
Mineira de Ibiá, Ana Maria Gonçalves tem 55 anos e é autora, entre outras obras, de “Um defeito de cor” (Record), que conta a trajetória de uma menina nascida no Reino do Daomé e capturada como escrava aos 8 anos, até a sua volta à terra natal. O livro, multipremiado, inspirou o enredo da Portela para o carnaval 2024. A personagem principal é inspirada em Luísa Mahin, uma das lideranças da Revolta dos Malês.
“‘Um Defeito de Cor’ é a história da luta preta no Brasil incorporada em uma mulher que enfrentou os maiores desafios imagináveis pra continuar viva e preservar suas heranças e raízes”, explicou a autora, antes do desfile. “A história de uma mãe, heroína, filha de África, que pariu a liberdade dessa nação.” Além de Ana Maria e Eliane, disputavam a vaga Ruy da Penha Lobo, Wander Lourenço de Oliveira, José Antônio Spencer Hartmann Júnior, Remilson Soares Candeia, João Calazans Filho, Célia Prado, Denilson Marques da Silva, Gilmar Cardoso, Roberto Numeriano, Aurea Domenech e Martinho Ramalho de Melo.
Autora de Um Defeito de Cor, Ana Maria Gonçalves festeja abertura de exposição sobre o livro na Bahia. A escritora Ana Maria Gonçalves durante gravação do programa Trilha de Letras, da TV Brasil, na biblioteca da Maison de France, centro da cidade.