Implanon no SUS: Campinas aplica 2,8 mil implantes anticoncepcionais em 4 anos; veja como funciona
O Implanon, método anticoncepcional hormonal, está disponível na rede de saúde pública de Campinas desde 2022. Mesmo sendo destinado principalmente a adolescentes e mulheres em situação de vulnerabilidade, qualquer pessoa pode procurar uma unidade de saúde para realizar uma avaliação. Até julho de 2025, o município realizou pelo menos 2,8 mil implantes desse contraceptivo.
O Implanon é um contraceptivo hormonal bastante vantajoso devido à sua longa duração. Colocado no braço da mulher, o implante tem uma eficácia de até três anos, o que o torna uma opção atraente. Enquanto na rede privada o custo pode chegar até R$ 4 mil, o SUS Municipal e o Hospital da Mulher da Unicamp oferecem o Implanon gratuitamente, dependendo da disponibilidade e de verbas específicas para a compra.
Miriam Nóbrega, coordenadora da área da Saúde da Mulher em Campinas, destaca que o foco do método é atender adolescentes e mulheres vulneráveis, especialmente aquelas entre 10 e 18 anos. No entanto, qualquer moradora da região pode buscar um Centro de Saúde para se informar e avaliar a possibilidade de adotar o Implanon.
Com o crescente interesse no Implanon, a procura por esse método contraceptivo tem aumentado ano após ano. Apenas em 2025, até a primeira semana de julho, foram realizados 1.053 implantes, representando 79,4% do total colocado no ano anterior. A maioria dos implantes foi feita em jovens entre 15 e 24 anos.
O Implanon é um implante subdérmico do hormônio etonogestrel, que não requer intervenções enquanto está aplicado. Após os três anos de eficácia, o implante pode ser retirado, e a paciente decide se deseja um novo ou se não há necessidade de mantê-lo. Seu uso traz vantagens como evitar o uso diário da pílula, não interferir na relação sexual, não afetar a amamentação e melhorar as cólicas menstruais.
Por outro lado, o Implanon pode ter efeitos indesejáveis em algumas mulheres, incluindo mudanças no padrão de sangramento menstrual, alterações na pele, dores de cabeça, enjoos, sensibilidade mamária aumentada e variações de humor. Portanto, a avaliação individual é necessária para decidir se o método é adequado.
Além do Implanon, outros métodos contraceptivos de longa duração disponíveis em Campinas incluem o DIU de cobre e o DIU hormonal Mirena. A definição de qual método adotar é baseada em protocolos estabelecidos pela Secretaria de Saúde do município, que também oferece outros métodos como a camisinha, anticoncepcionais orais e injetáveis, dentre outros.
Com a possibilidade de distribuição gratuita de até 500 mil dispositivos do Implanon pelo SUS, o Ministério da Saúde pretende investir cerca de R$ 245 milhões até 2026. Os profissionais de saúde serão treinados para a inserção desse contraceptivo, que terá ampliação progressiva em todo o país. A portaria oficializando a incorporação do Implanon no SUS deve ser publicada em breve, dando início a essa nova fase na oferta de métodos contraceptivos no Brasil.