Empresária da beleza, mãe e ‘Dama do crime’: quem é a mulher presa por suspeita de ser o elo entre chefes do Comando Vermelho
Anne Casaes, de 38 anos, foi presa em BH, durante em operação que investiga fraudes bancárias e tráfico interestadual. Ela é apontada como elo entre facção criminosa em diferentes estados.
Quem é a ‘Dama do Crime’ do Comando Vermelho que foi presa em BH
Uma mulher foi presa preventivamente nesta terça-feira (15) em Belo Horizonte, durante uma operação policial contra o Comando Vermelho (CV). Identificada como Anne Casaes e conhecida por “Dama do crime”, ela é apontada como uma das principais articuladoras da facção em esquemas de lavagem de dinheiro e fraudes bancárias, segundo a Polícia Civil.
Anne estava na capital mineira para realizar uma cirurgia plástica. A prisão ocorreu em uma cobertura no bairro Buritis, na Região Oeste da cidade. De acordo com as investigações, ela exercia uma função estratégica dentro da facção. Era a responsável por manter a comunicação entre chefes do Comando Vermelho (CV) em diferentes estados e por coordenar as atividades financeiras e criminosas do grupo.
Nas redes sociais, Anne Casaes, de 38 anos, posta fotos com familiares, crianças e se apresenta como CEO e fundadora de um instituto de beleza em Cuiabá, em Mato Grosso. Em 2022, ela publicou uma foto de um teste de gravidez com a seguinte legenda: “Que venha com muita saúde, porque do resto Deus cuida”. O bebê é fruto do casamento de Anne com o ex-chefe do tráfico da facção no Mato Grosso, conhecido como Júnior Gago. Ele foi assassinado na Bolívia, e o caso segue sob investigação das autoridades. A polícia acredita que a atuação dela dentro do Comando Vermelho se intensificou após a morte do marido.
Em Minas Gerais, Anne já havia sido presa anteriormente por envolvimento em crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro. Em nota, a defesa de Anne Casaes negou qualquer envolvimento da cliente com os crimes investigados. Os advogados afirmaram que ela não tem relação com os demais alvos da operação e disseram que ainda não tiveram acesso aos autos, que tramitam em segredo de Justiça. A defesa disse também que confia na apuração dos fatos e no reconhecimento da inocência de Anne.
A Operação Reversus foi deflagrada para desarticular o braço financeiro de facções criminosas com atuação interestadual. De acordo com a Polícia Civil, o principal objetivo é interromper o ciclo de lavagem de dinheiro que permite ao tráfico movimentar recursos livremente entre diferentes regiões do país. Na ação, foram cumpridos 26 mandados de prisão e mais de 50 mandados de busca e apreensão em pelo menos cinco estados: Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul. As investigações seguem em andamento. O caso tramita sob segredo de Justiça.