Jornalista apontado em golpe do PIX desvia R$ 400 mil: atualizações do caso em Salvador

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O jornalista Marcelo Castro foi apontado como um dos responsáveis pelo desvio de mais de R$ 400 mil em doações feitas por telespectadores em um “golpe do PIX” ocorrido dentro de uma emissora de televisão em Salvador. A situação ganhou destaque nas redes sociais quando ele recebeu uma moeda institucional da Polícia Civil da Bahia (PC-BA) como “lembrança” durante uma visita do delegado-geral, André Viana, ao programa que Marcelo apresenta atualmente em outra emissora.

Internautas expressaram críticas em relação ao gesto, questionando a entrega da moeda da corporação a um investigado por desvio de doações. Mas, de acordo com a Polícia Civil, a entrega de moeda institucional é uma cortesia realizada em visitas, e a “lembrança” foi entregue a todos os gestores e representantes dos veículos de imprensa visitados pelo delegado.

Além de Marcelo Castro, o jornalista Jamerson Oliveira e outras dez pessoas foram acusadas pelo Ministério Público do estado (MP-BA) por associação criminosa, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. As investigações revelaram que mais de R$ 400 mil destinados a doações foram desviados pelo grupo, e o caso está em andamento em audiência de instrução, mantido em segredo de Justiça.

De acordo com as denúncias, Marcelo Castro, que trabalhava no programa Balanço Geral da TV Record Bahia, fazia entrevistas ao vivo com pessoas em situação de vulnerabilidade social, pedindo doações em dinheiro através de uma chave PIX. No entanto, o número informado não pertencia à vítima ou à emissora, mas a um dos integrantes do esquema criminoso, conforme apontado pelo MP-BA.

Os suspeitos foram acusados de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e associação criminosa, sendo considerados membros de uma organização criminosa. O MP-BA afirma que a estrutura do grupo era complexa e hierarquizada, com divisão de tarefas entre os integrantes. A investigação apontou ainda que apenas uma pequena parte das doações era destinada às vítimas, com o restante sendo desviado e dividido entre os membros do grupo.

A descoberta do caso ocorreu após a denúncia de um jogador de futebol, desconfiado da divergência entre a conta exibida na TV e a informada nos bastidores para doações. A Record Bahia conduziu uma investigação interna e, ao identificar mais casos semelhantes, acionou a Polícia Civil e demitiu os jornalistas envolvidos. O grupo teria desviado mais de R$ 400 mil em doações ao longo da fraude, repassando apenas uma pequena parte às vítimas.

Marcelo Castro e Jamerson Oliveira não comentaram publicamente sobre o caso, mas a defesa dos dois alegou a inocência dos clientes, ressaltando que a denúncia ainda não foi recebida pela Justiça e que a coleta de provas não seguiu princípios processuais e constitucionais. A segunda audiência do caso está marcada para esta quinta-feira, com o processo em andamento na Justiça baiana.

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