Tráfico sexual na Europa: suspeita de liderar organização criminosa é presa pela PF
Mulher é natural de Brasília e seus familiares atuavam como ‘telefonistas’, agenciando vítimas e organizando atendimentos dos clientes na Europa. As vítimas eram submetidas a condições degradantes, retenção de documentos e violência.
PF cumpre mandados de operação que investiga tráfico sexual de brasileiras na Europa.
A mulher suspeita de comandar a organização criminosa que aliciava brasileiras para tráfico sexual na Europa, foi presa pela Polícia Federal na quarta-feira (16).
De acordo com as investigações, a mulher é natural de Brasília e seus familiares atuavam como “telefonistas”, no Distrito Federal, agenciando as vítimas e organizando os atendimentos dos clientes na Europa.
Os suspeitos encontravam as mulheres nas redes sociais e prometiam altos ganhos e hospedagem. Ao chegarem nos países europeus, as vítimas eram submetidas a condições degradantes, retenção de documentos e violência.
A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra o grupo na terça-feira (15), no Distrito Federal e São Paulo.
A corporação buscou cumprir três mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, contra a mulher que lidera o grupo. A mulher só foi localizada e presa nesta quarta.
O grupo aliciava mulheres com perfis de modelos, através das redes sociais e aplicativos, fazendo promessas de altos ganhos, garantia de passagens e hospedagem nos países europeus.
As mulheres recrutadas eram submetidas a jornadas exaustivas, ameaças, retenção de documentos, exploração financeira, violência física e psicológica.
Segundo a PF, as principais provas reunidas sobre o caso são: depoimentos detalhados de vítimas, conversas por aplicativos de mensagens comprovando o aliciamento, anúncios em sites de acompanhantes, registros de movimentações migratórias, indícios de movimentações financeiras entre investigados e vítimas, e provas do envolvimento de familiares no esquema.
As investigações da Polícia Federal tiveram início em maio de 2024. Uma das vítimas colaborou e relatou detalhes da rede criminosa após retornar ao Brasil.
Os suspeitos que atuavam no Brasil foram identificados, principalmente no Distrito Federal, auxiliando no recrutamento, agenciamento e organização dos atendimentos na Europa.
Na operação desta terça (15), foram determinados o sequestro e bloqueio de bens dos investigados, totalizando até R$ 6,6 milhões, e a apreensão de quatro passaportes.
A corporação afirmou que a investigação continuará para identificar todos os envolvidos, os quais poderão responder pelos crimes de associação criminosa e tráfico de pessoas.