Sul-africana morta por namorado estrangeiro em Curitiba relatou agressões dele nos EUA nove meses antes do assassinato
Vítima falou sobre o crime na internet, e mãe dela confirmou relato. Nos EUA, suspeito chegou a ser preso em novembro do ano passado, mas foi liberado sob fiança e viajou ao Brasil pouco depois.
Anne Leigh McKenzie publicou foto e relato sobre agressão na internet — Foto: Reprodução/Redes Sociais – Reprodução/gofundme
Anne Leigh McKenzie, jovem de 27 anos natural da África do Sul que, segundo a Polícia Civil do Paraná (PC-PR), foi morta pelo namorado estrangeiro no dia 19 de julho em Curitiba, relatou ter sido agredida por ele nos Estados Unidos quase nove meses antes do crime.
A vítima falou sobre o crime na internet, em um site de arrecadação de fundos em que ela pedia ajuda para um tratamento médico. No texto, Anne afirmou que, no fim de outubro de 2024, foi agredida, torturada e mantida em cárcere privado.
A mãe da jovem não quis conceder entrevista sobre o caso, mas confirmou ao DE [https://DE.globo.com/pr/parana/] que o relato feito por Anne era referente ao norte-americano Ian A de 30 anos, suspeito de ter matado ela na capital paranaense. Após o crime, segundo a investigação, ele tirou a própria vida. Veja detalhes mais abaixo.
Os corpos de Anne e Ian foram encontrados em um apartamento de luxo no Centro de Curitiba após uma criança que mora no apartamento de baixo perceber sangue escorrendo pela parede.
As investigações apontam que Anne chegou ao Brasil na sexta-feira (18) e, no sábado (19), foi morta a tiros por Ian. O triplex em que o casal estava havia sido alugado por dois meses. A polícia ainda não esclareceu o que motivou o crime, nem as circunstâncias da vinda de Anne ao Brasil.
O histórico de agressão de Ian inclui uma condenação em 2017 pelo crime de agressão, agravada pelo uso de arma letal. Anne relatou em post na internet ter sido vítima de tortura e ameaças de morte por ele no passado.
A delegada Magda Hofstaetter é a responsável pela investigação sobre as mortes dos estrangeiros no Brasil. Os celulares das vítimas foram apreendidos e encaminhados para perícia, enquanto no imóvel foram encontrados uma pistola 9 milímetros importada e drogas, entre outros itens. A mãe de Anne relatou ter conhecido Ian em 2024 nos EUA.
Este caso chocante evidencia a importância de denunciar situações de violência doméstica e buscar ajuda antes que seja tarde demais. A violência contra a mulher deve ser combatida em todas as suas formas, e as autoridades devem atuar para garantir a segurança e a proteção das vítimas. A conscientização e a solidariedade da sociedade são fundamentais para prevenir tragédias como essa. DE está atento aos desdobramentos desse caso e continuará acompanhando as investigações para trazer justiça às vítimas.