Esposa desmente versão de policial em caso chocante de morte no trânsito em Mauá: PM é acusado de atirar sem motivo

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A esposa do motorista morto por um policial militar no trânsito, em Mauá, na Grande São Paulo, desmente a versão apresentada pelo agente e afirma que não houve discussão. O caso chocante aconteceu na Avenida Barão de Mauá, durante a tarde de domingo (27). O mecânico Clayton Juliano da Silva, de 38 anos, estava no veículo com sua esposa Cristiane Maria da Silva, a sogra e o sobrinho de apenas 9 anos momentos antes do trágico ocorrido.
Cristiane relatou à TV Globo que o PM Kaio Lopes Raimundo, de 32 anos, conduzindo uma motocicleta, estava à frente do carro da família, obstruindo a passagem e conversando com o motorista de outro veículo. “Meu esposo pediu passagem e buzinou. O rapaz [Kaio] provavelmente não gostou da situação de ele ter pedido licença”, declarou Cristiane. Posteriormente, o policial se aproximou da janela onde a esposa estava e jogou spray de pimenta em seus olhos, sem qualquer motivo aparente de discussão prévia.
Kaio disparou quatro tiros contra Clayton em movimento, atingindo fatalmente o mecânico com um tiro na nuca e a criança que estava no banco traseiro do veículo. O carro ainda seguiu na contramão e colidiu com um muro. O menino sobreviveu e está internado em estado estável. O policial militar foi preso em flagrante, sendo acusado de homicídio e tentativa de homicídio. Em seu depoimento, Kaio afirmou ter se sentido ameaçado, alegando legítima defesa diante da situação.
Enquanto o Brasil registrou uma queda de 3,1% nas Mortes Decorrentes de Intervenção Policial (MDIP), o estado de São Paulo apresentou um aumento alarmante de 61% nas mortes cometidas por policiais em 2024. Esse crescimento significativo chama atenção e preocupa as autoridades. Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, destaca que o aumento da letalidade policial em SP contribui para o aumento das mortes violentas intencionais, diferente do cenário nacional que teve uma redução.
Os casos de Morte Decorrente de Intervenção Policial em São Paulo estão em investigação pelas corregedorias das polícias Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário. A existência de um crescimento expressivo de mortes cometidas por policiais no estado levanta preocupações e questionamentos sobre as práticas e condutas adotadas pelas forças de segurança. A sociedade clama por justiça e por medidas que garantam a segurança e integridade de todos os cidadãos, evitando tragédias como a que vitimou o mecânico Clayton Juliano da Silva e sua família.

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