Defesa de Oruam alega falta de provas em caso de agressão a policiais: ‘Sem respaldo técnico’

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Defesa de Oruam diz que não há provas de que o cantor jogou pedra em policiais: ‘Sem respaldo técnico’

Em decisão, Tula Melo afirma que ações do rapper “incitam a população à inversão de valores estabelecida contra as operações feitas por agentes de segurança pública”.

A assessoria de imprensa do do cantor Oruam se pronunciou nesta quarta-feira (30) sobre o fato dele ter virado réu após ser denunciado por tentativa de homicídio, por ter atirado pedras contra policiais que tentavam apreender um menor que estava em sua casa. Segundo a equipe do artista, a acusação é infundada e baseada em provas frágeis, configurando perseguição pessoal e exposição midiática.

A assessoria de Oruam destacou ainda que não há evidências técnicas que comprovem o crime e que a integridade dos policiais não foi ameaçada. A denúncia do Ministério Público e o relatório da Polícia Civil indicam que uma das pedras que teriam sido arremessadas por Oruam pesam 4,85 kg, o que também foi destacado pela juíza que tornou o cantor réu.

A equipe de Oruam, entretanto, argumenta que não há provas que atestem que ele atirou o objeto. “A técnica pericial necessária para confirmar de forma inequívoca a identificação dessa pedra por meio de exames de DNA ou impressões digitais não foi realizada ou não consta nos autos. Não há laudo técnico que assegure, de modo categórico, que a pedra recolhida seja de fato a mesma atirada pelo acusado”, diz o texto.

“A racionalidade deve prevalecer, garantindo que nenhuma pessoa seja condenada ou penalizada sem o devido respaldo técnico e investigativo, resguardando, assim, os direitos e a dignidade do nosso cliente Oruam”, diz um trecho do texto.

A nota também diz que acusações de tráfico de drogas e associação para o tráfico pelas quais Oruam responde e foi preso, já tinham sido feitas anteriormente e o Ministério Público, na ocasião, não tinha acatado esses argumentos.

Ao aceitar a denúncia do MP, a juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal, citou uma suposta “inversão de valores” nas atitudes do rapper. A magistrada lembrou que a ação policial na casa de Oruam, que terminou com a prisão dele dias depois, teve a reação do rapper e seus amigos contra os policiais, atirando pedras contra o delegado Moyses Santana e o oficial de cartório Alexandre Ferraz. O último acabou ferido pelas pedras arremessadas contra o carro de polícia.

Na decisão, ela também afirmou que o fato de Oruam servir como uma referência para jovens, devido à sua atuação como artista, foi um dos motivos para determinar a prisão. Segundo ela, outros jovens “podem acreditar que a postura audaciosa de atirar pedras e objetos em policiais é a mais adequada e correta, sem quaisquer consequências”, e que a paz pública precisa de medidas firmes e extremas, como a prisão, “a fim de que seja preservada”.

Oruam já vinha respondendo a outros 7 crimes — pelos quais está preso preventivamente — após a confusão do dia 21, quando ele e amigos impediram o cumprimento de um mandado de busca e apreensão contra um menor procurado por tráfico e roubo. Mas é a 1ª vez que o artista se torna réu pelo episódio, e Tula ainda expediu um novo mandado de prisão preventiva por isso.

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