O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que a reunião agendada com o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi desmarcada devido a pressões políticas ligadas à Casa Branca. O encontro, programado para esta quarta-feira, ainda não tem uma data remarcada. A conversa entre Haddad e Bessent era vista como uma oportunidade importante por executivos do setor privado e membros do governo. As negociações começaram em 21 de julho, mas foram interrompidas recentemente. Haddad atribuiu o cancelamento da reunião ao deputado Eduardo Bolsonaro, que se manifestou publicamente contra o contato entre os governos. A falta de agenda foi a justificativa oficial, mas o ministro considerou isso inusitado e destacou que a questão comercial não parece ser a prioridade para os EUA. Na ocasião, o Trump anunciou uma sobretaxa de 40%, posteriormente elevada para 50%, sobre produtos brasileiros, o que motivou a tentativa de diálogo. Haddad revelou que Eduardo Bolsonaro tentou impedir o encontro, marcado após a aplicação da sobretaxa, e considerou isso prejudicial para o Brasil. O ministro mencionou contatos anteriores entre ele e Bessent, em que o secretário dos EUA mostrou desconforto com medidas tarifárias. Ele enfatizou a necessidade de oposição e governo trabalharem juntos em prol do país. Haddad apontou que o Brasil precisa diversificar seus parceiros comerciais e mencionou o diálogo com várias nações atingidas pela sobretaxa. No que se refere às medidas de socorro aos setores afetados pelo tarifaço, o ministro garantiu que seguirão as metas fiscais e contarão com suporte para enfrentar a situação. Quanto aos possíveis efeitos deflacionários da sobretaxa, Haddad não acredita que haverá problemas com a inflação e destacou a importância de manter o equilíbrio econômico. As equipes ministeriais estão preparando anúncios das medidas ao longo desta semana, visando amenizar os impactos das tarifas adicionais sobre as exportações brasileiras.