De acordo com relatos, o motim na Câmara durou cerca de 36 horas e foi conduzido por deputados de oposição, que ocuparam a mesa diretora. O protesto foi motivado pela prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e o pedido de anistia para os condenados do 8 de janeiro, além do fim do foro privilegiado. Em resposta, o presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que os envolvidos seriam punidos e encaminhou o caso para a Corregedoria da Casa.
Historicamente, os processos de suspensão ou cassação de mandato parlamentar enfrentam dificuldades devido à eleição popular dos congressistas e à postura cautelosa do Congresso. Os deputados são eleitos pelo povo, o que torna complicado aplicar punições extremas sem respeitar a vontade eleitoral. Além disso, a natureza política do cargo e a necessidade de manter a estabilidade institucional também contribuem para a complexidade do processo de cassação.
A obstrução parlamentar é um instrumento de protesto comum, mas é necessário diferenciar entre manifestações legítimas e ações que violam as regras da Casa. No caso do motim na Câmara, houve uma clara interrupção das atividades legislativas, o que levou o presidente da Câmara a se comprometer com medidas disciplinares. Apesar disso, o desfecho do caso e a aplicação efetiva de punições exemplares ainda são incertos.
A Corregedoria da Câmara desempenha um papel crucial na investigação e apuração de condutas inadequadas de parlamentares, mas seu poder de punição é limitado. Muitas vezes, a tramitação dos processos disciplinares é morosa e sujeita a interferências políticas, o que dificulta a efetividade das medidas punitivas. Em um ambiente político polarizado e fragmentado, a aplicação de punições exemplares aos deputados responsáveis por motins e obstruções torna-se um desafio ainda maior.