Amar a Libertadores não basta: o São Paulo precisará jogar mais
Tricolor oscila muito no combinado dos jogos contra o Atlético Nacional e garante vaga em típica noite de Copa no Morumbis. Crespo ganha tempo para melhorar o time até as quartas de final
Veja a íntegra da coletiva de Hernán Crespo após a vitória do São Paulo na oitavas da Libertadores 2025 [https://s03.video.glbimg.com/x240/13856110.jpg]
Uma típica noite de Copa colocou o São Paulo [https://globoesporte.globo.com/futebol/times/sao-paulo/] em seu habitat natural, em seu lar, doce lar: as quartas de final da Conmebol Libertadores. O Morumbis lotado, a travessia entre euforia, tensão e depois novamente euforia, a imagem de um goleiro salvador – muitos dos elementos presentes no jogo desta terça-feira, contra o Atlético Nacional, fizeram a torcida tricolor resgatar sua conexão com o maior campeonato do continente. A mística, porém, não bastará.
O São Paulo jogou pouco no combinado de dois jogos contra o Atlético Nacional. Foi muito mal no primeiro, um 0 a 0 que caiu do céu na Colômbia; e oscilou entre bons e maus momentos na volta, o 1 a 1 que levou a decisão da vaga aos pênaltis, vencidos por 4 a 3.
Duas ressalvas precisam ser colocadas desde já: o Atlético Nacional é muito bom time, superior àquilo que sugere a campanha claudicante da primeira fase, em que perdeu todos os jogos como visitante. E o São Paulo, em uma temporada acidentada, foi a campo sem alguns de seus principais jogadores, incluindo Arboleda, Oscar e Calleri, todos lesionados.
Isso posto, a equipe brasileira correu enorme risco de sucumbir nas oitavas de final. E se mantiver esse parâmetro de atuação, seguirá à beira da eliminação na próxima fase – seja contra o Botafogo, seja contra a LDU. O time, embora dê sinais de evolução desde a chegada de Hernán Crespo, ainda é instável, pouco confiável. Precisa jogar mais.
Nesta terça, o começo foi animador. André Silva abriu o placar aos três minutos, e antes disso o São Paulo já havia perdido uma chance tripla – o que dá a dimensão da pressão inicial. Os primeiros 25 minutos foram em alto nível, com uma atuação sustentada na mobilidade de Marcos Antônio e Rodriguinho e na liberdade dada a Cédric e Enzo Díaz pelos lados. Com o tempo, porém, aconteceu o natural: o ímpeto foi arrefecendo, e o adversário foi entrando no jogo.
O Atlético Nacional equilibrou a partida e conseguiu levar essa realidade ao segundo tempo. Acabou chegando ao empate em um pênalti, bem marcado, de Enzo Díaz em Morelos. Logo depois da cobrança, Cardona foi expulso por desentendimento com Ferraresi, mas o São Paulo não conseguiu aproveitar a vantagem numérica. Teve que recorrer aos pênaltis, em que o goleiro Rafael, como já havia feito na Colômbia (lá, porém, no tempo normal), defendeu uma cobrança e viu os oponentes desperdiçarem outra.