Dois traficantes responsáveis por uma chacina no Condomínio Jamaica, em Anchieta, foram condenados a penas que somam 380 anos de prisão. Rhuam Roberto Ferreira Bourrus, conhecido como RH, recebeu uma sentença de 155 anos e três meses, enquanto Carlos Henrique Baraúna dos Santos, o Kayke, foi condenado a 229 anos e três meses. O III Tribunal do Júri da Capital julgou os acusados pelo crime que resultou na morte de cinco pessoas e deixou outras sete feridas durante uma festa junina.
De acordo com a denúncia, no dia 28 de junho de 2020, os criminosos invadiram o Condomínio Jamaica e atacaram os moradores que participavam de uma festa junina na Rua Ernesto Vieira. O objetivo dos traficantes era eliminar Kevin Cristian de Oliveira Miranda, conhecido como Desenho, que era o chefe do tráfico na comunidade Ás de Ouro, controlada por uma facção rival. Como resultado do ataque, cinco pessoas foram assassinadas e sete ficaram feridas.
Entre as vítimas fatais estavam Antonio Marcos Barcellos Pereira Júnior, Ian Lucas Soares Gomes, Josué de Oliveira Xavier, Rayane Cardoso Lopes e Yuri Lima Vieira. Além disso, várias pessoas ficaram feridas, incluindo crianças, como a menina de 10 anos identificada como Rayane, cuja morte foi especialmente destacada pelo juiz Cariel Patriota, responsável pelo julgamento. O magistrado ressaltou a crueldade dos criminosos na execução das vítimas, especialmente na forma como o pai da menina foi forçado a testemunhar a morte da filha.
O juiz condenou os dois traficantes pela violência cometida durante a chacina, destacando que o crime ocorreu em um ambiente comunitário durante uma festividade, transformando-o em um cenário de terror. Ainda que Rhuam fosse réu primário, Carlos Baraúna possuía uma extensa ficha criminal com nove anotações em seus antecedentes. O menor de idade que participou do crime, Jonathan Alves Pereira da Silva, faleceu durante o processo.
Ao final, somando as penas atribuídas a cada crime, os réus receberam uma sentença total de 384 anos e seis meses de prisão. O juiz também condenou os traficantes por corrupção do menor envolvido na ação criminosa. A crueldade e a brutalidade do ataque, que resultaram em mortes e ferimentos graves, demonstraram a necessidade de uma punição rigorosa para garantir a justiça diante de tamanha violência.