Três entidades médicas brasileiras – Abeso, SBD e SBEM – divulgaram uma nota conjunta criticando a decisão da Conitec de não incluir no SUS as canetas emagrecedoras de liraglutida e semaglutida. Eles afirmam que a exclusão dos remédios fere os princípios de equidade, universalidade e integralidade do sistema de saúde. A alegação de alto custo para negar a incorporação dos medicamentos é contestada pelas sociedades, que apontam a existência de seis opções aprovadas pela Anvisa, mas inacessíveis para a maioria da população. A falta de democratização do acesso ao tratamento da obesidade é vista como um problema grave pelas entidades, que destacam a exclusividade para quem tem condições financeiras. A comparação com o preço da sibutramina, um remédio mais barato ainda não avaliado pelo SUS, é trazida à tona para questionar a justificativa de custo. Além disso, a necessidade de acompanhamento especializado para pacientes em uso dos remédios é apontada como uma barreira para a adoção em larga escala, mas as entidades argumentam que a população vulnerável é a mais prejudicada pela falta de políticas públicas no combate à obesidade. Por fim, as sociedades médicas ressaltam a importância da discussão sobre a epidemia de obesidade no mundo, citando a falta de restrições ao acesso a alimentos ultraprocessados como um fator contribuinte.