O Museu da República, localizado no Catete, Zona Sul do Rio de Janeiro, causou polêmica ao expor um “pijamão” inflável que remetia ao traje utilizado pelo ex-presidente Getúlio Vargas no momento de sua morte. A peça, criada pela artista Clarissa Diniz, chamou a atenção do público pela riqueza de detalhes na reprodução do pijama, incluindo marcas de tiros e manchas de sangue. Nas redes sociais, a obra gerou controvérsias e divergências de opiniões entre os internautas.
Inicialmente programada para ficar em exposição até o aniversário de 71 anos da morte de Getúlio Vargas, em 24 de agosto, o “pijamão” inflável foi retirado da mostra devido à repercussão negativa que gerou. Em comunicado oficial, a direção do museu justificou a decisão alegando problemas técnicos relacionados à ventilação e sustentação da peça, além dos ruídos e informações conflitantes que surgiram em torno do tema. A retirada da obra foi marcada por uma série de críticas e elogios nas redes sociais.
A criação do “pijamão” inflável faz parte de um edital da prefeitura de 2005, intitulado Intervenções Urbanas, no qual a obra foi selecionada e posteriormente doada ao Museu da República em 2012. O inflável foi utilizado em um protesto em prol da implementação do Plano de Carreira do Ministério da Cultura e, posteriormente, incorporado ao acervo do museu. A peça tornou-se objeto de discussões e reflexões sobre a figura de Getúlio Vargas e seu legado na história do Brasil.
Diante da polêmica gerada pela exposição do “pijamão” inflável, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) exigiu esclarecimentos por parte da direção do museu. Segundo normas do Iphan, a instalação de estruturas temporárias em bens tombados requer autorização prévia do órgão, o que não foi solicitado pelo Museu da República. Após a intervenção do Iphan e a manifestação do público, a instituição decidiu não prosseguir com a exposição da obra.
Para substituir o “pijamão” inflável, o Museu da República optou por expor o pijama original utilizado por Getúlio Vargas no momento de sua morte, juntamente com sua máscara mortuária. A decisão busca preservar a memória e o legado histórico do ex-presidente, mesmo diante das controvérsias suscitadas pela exposição anterior. A nova exposição pretende provocar reflexões sobre os acontecimentos que envolveram a morte de Getúlio Vargas em um contexto de golpe militar e instabilidade política no Brasil.