Estudo revela melhora na saúde das tartarugas da Baía de Guanabara: impactos da despoluição na qualidade da água.

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Estudo mostra melhora na saúde de tartarugas da Baía de Guanabara

Pesquisadores dizem que avanço está ligado à despoluição; animais funcionam como
‘termômetro’ da qualidade da água.

Um estudo mostra que as tartarugas que vivem na Baía de Guanabara estão ficando
mais saudáveis a cada ano. Pesquisadores apontam que a melhora está ligada à
qualidade da água, que vem apresentando avanços com medidas de despoluição.

As tartarugas-verdes, que nascem na África e viajam milhares de quilômetros até
a costa brasileira, vivem na baía até atingirem a idade de reprodução, entre 20
e 40 anos, quando retornam ao outro continente. No Rio, encontram abrigo, mas
enfrentam desafios como a poluição. Muitas vezes, confundem plástico e resíduos
sólidos com alimento.

A rede de pesquisa “Tartarugas Cariocas” acompanha a saúde desses animais na
Baía de Guanabara, em um trabalho que reúne cientistas da Fiocruz, UFRJ, UFF,
Universidade Federal do Rio Grande (FURG), além dos institutos Caminho Marinho e
Mar Urbano. O monitoramento inclui pesagem, medições, coleta de material para
exames e até raio-x e ultrassom. Cada tartaruga é identificada individualmente
pelas manchas da cabeça, uma espécie de “impressão digital”.

Para o oceanógrafo Gustavo Baila, da FURG, a queda no número de ocorrências de
animais doentes é um indicativo claro.

“Essa diminuição é um sinal de que as águas da Baía de Guanabara, dia após dia,
vêm melhorando. E isso impacta não só na saúde dos animais, mas também na da
sociedade que vive no entorno dessa baía tão maravilhosa”, afirmou.

Dados do Inea confirmam que praias da região estão mais limpas, especialmente a
do Flamengo. A concessionária Águas do Rio diz que ações como o desvio do Rio
Carioca para o emissário de Ipanema impediram que mais de 100 milhões de litros
de esgoto chegassem à baía por dia. O governo do estado informou ainda ter
instalado 17 novas ecobarreiras, que evitaram que mais de uma tonelada de lixo
fosse despejada.

Apesar dos avanços, áreas da Baixada Fluminense continuam sofrendo com o despejo
de lixo, chorume e cerca de 18 mil litros de esgoto sem tratamento a cada
segundo, segundo o Comitê de Bacias da Baía de Guanabara.

Para Ricardo Gomes, diretor do Instituto Mar Urbano, acompanhar as tartarugas é
também olhar para o futuro da própria cidade.

“Vale a pena investir na recuperação ambiental da baía. Não é só a tartaruga que
agradece: é a nossa saúde, a economia, o turismo. Tartaruga com saúde, praia
limpa, comércio e renda. A população inteira ganha”, disse.

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