De acordo com as informações do Diário do Estado, o delegado Rafael Gomes
e outros envolvidos na operação ‘Transformers’ foram condenados a mais de 200
anos de prisão por corrupção passiva, tráfico de drogas e organização
criminosa. Apenas o chefe do grupo criminoso havia sido preso anteriormente,
em julho do mesmo ano, enquanto os demais réus aguardavam o desfecho do
processo em liberdade.
A investigação revelou que o grupo, atuante entre os anos de 2018 e 2022 em
Juiz de Fora, movimentou cerca de R$ 1 bilhão de reais. Dividido em núcleos
como corrupção policial e jurídico, logística, operacional e liderança
financeira, a organização contava com aproximadamente 30 membros, entre
policiais, advogados e traficantes.
No esquema, os criminosos tinham funções específicas, desde o fornecimento de
veículos para o transporte de drogas até a lavagem de dinheiro proveniente do
tráfico. O traficante líder oferecia propina a policiais e delegados para
garantir que as atividades ilícitas não fossem descobertas, chegando a
substituir drogas apreendidas por outras de menor qualidade e exigir altas
quantias em dinheiro.
As condenações foram severas, com penas que variaram de 12 a 50 anos de
reclusão, em regime fechado, para os principais envolvidos, como o delegado
Rafael Gomes e os investigadores da Polícia Civil. Alguns réus foram absolvidos
parcialmente de algumas acusações, mas a maioria deverá cumprir longas penas
pela participação no esquema criminoso.
A Operação ‘Transformers’, realizada pelo Ministério Público através do Gaeco
em 2022, resultou na prisão de 29 pessoas, incluindo os principais líderes do
grupo. Os mandados foram cumpridos em diversos bairros de Juiz de Fora, onde a
organização atuava, evidenciando a complexidade e abrangência do esquema
criminoso desmantelado pelas autoridades.
Após a divulgação das sentenças e condenações, a defesa dos réus manifestou
inconformismo e pretende recorrer da decisão, buscando a nulidade do processo e
a absolvição de todos os crimes imputados. O desfecho desse caso emblemático
reforça a importância da atuação rigorosa das instituições na investigação e
combate ao crime organizado, garantindo a punição dos responsáveis por atos
ilícitos.