Estado de Goiás é acionado na Justiça por atraso de pagamento de servidores

“Vou até solicitar um encontro com o presidente do Sindipúblico porque talvez seja necessário um pedido mais enérgico, no sentido de determinar bloqueio de verbas estaduais para garantir os pagamentos”

Servidores públicos do Poder Executivo estadual com salários superiores a R$ 3,5 mil estão com pagamento atrasado, os depósitos deveriam ter ocorrido na última sexta-feira (9), visto que a data delimitada pela Constituição Estadual (CE), 10° dia de cada mês subsequente, caiu em um final de semana neste novembro. Até o momento, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Goiás (Sindipúblico), Nylo Sérgio, apenas funcionários da Saúde, Fazenda e Educação,  foram contemplados, além de trabalhadores do Judiciário e Legislativo.

Na tentativa de evitar eventuais atrasos e pagamentos sem correção monetária, a entidade impetrou mandado de segurança para obter liminar que obrigasse o erário a cumprir a meta de pagamento estabelecida pela CE, a qual foi concedida no último dia 5 de novembro. Porém, ao invés de garantir a quitação dos débitos, a medida foi alvo de um recurso por parte da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), conforme expõe o presidente. “Se eles tivessem a intensão de cumprir com o dever na data estabelecida, não entrariam com recurso. Além de entrar em contato com a Secretaria da Fazenda (Sefaz) hoje, iremos acionar o Tribunal de Justiça (TJGO) para que seja arbitrada multa diária pelo não pagamento e para que as responsabilidades dos gestores sejam apuradas pelo não cumprimento da liminar”, sublinha Nylo. O Governo de Goiás ainda não se posicionou.

A disputa com o governo recebe também reforço da seção goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/GO), a qual associa o atraso à vigência do decreto 9436/2018, o qual, segundo procurador-geral da entidade, José Carlos Issy, retira da legislação a obrigação do Executivo de fazer o empenho e liquidação das verbas com folhas salariais no próprio mês de exercício. O referido decreto chegou a ser criticado pelo governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) na semana anterior. “Ajuizamos uma Ação Civil Pública (ACP) na Justiça Federal (JF) para contestar esse decreto. Entendemos que as verbas para pagamento de pessoal não podem ser contingenciadas, pois devem ser prioritárias”, destaca. No último mês, lembra ele, algumas categorias foram pagas em duas parcelas, “uma no dia 10 e outra após do dia 20. A informação é de que isso ocorra novamente e nosso objetivo com essa medida é evitar essa situação”, completa.

A intenção agora é de que as entidades se unam para realizar as cobranças em nome dos servidores. “Vou até solicitar um encontro com o presidente do Sindipúblico porque talvez seja necessário um pedido mais enérgico, no sentido de determinar bloqueio de verbas estaduais para garantir os pagamentos”.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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