Marido de estudante de medicina que morreu em acidente viu quando caminhonete
entrou na frente de carro: ‘Veio o choque. Gritei e apaguei’.
Guilherme Sampaio disse que veículo surgiu de repente, na contramão. Ele conta
que ainda não sabe como vai lidar com a ausência da esposa. ‘A gente vivia junto
todos os dias’.
Guilherme passou por duas cirurgias e está internado com quadro de saúde
estável; Paula morreu no acidente que aconteceu na BR-060 — Foto: Arquivo
pessoal/Guilherme Sampaio e O Correiro News/Reprodução
O estudante de medicina Guilherme Sampaio, de 22 anos, que perdeu a esposa,
Paula Abrantes da Silva, de 23, num acidente de carro na BR-060, no dia 18,
contou ao DE que só se lembra
da última cena que viu antes da colisão. “Eu lembro que um caminhão estava vindo
na outra via, no sentido contrário. De repente, só vi uma caminhonete na minha
frente e veio o choque. Na hora, eu ainda gritei ‘não’ e apaguei”.
Depois desse momento, Guilherme conta que só se lembra de “vultos”. “Eu acordei
na hora do socorro. Alguém falou ‘peraí que o socorro já está chegando’. Mas aí
eu já apaguei de novo e acordei na ambulância depois. E conversei um pouco com a
mulher que estava lá (na ambulância)”, descreveu o estudante, acrescentando que
não viu Paula em nenhum momento.
Guilherme só ficou sabendo da morte da esposa na Santa Casa de Campo Grande, no
Mato Grosso do Sul, onde ele está internado. Foi a mãe dele que lhe deu a
notícia, após ele passar pela primeira cirurgia, na tíbia da perna esquerda.
“Foi muito difícil. A reação dele foi de desespero. Ele ficou dizendo que queria
ter ido no lugar dela. Eles se davam muito bem, foram bastante felizes juntos”,
contou Keila Sampaio, mãe de Guilherme, ao DE.
Guilherme disse que, agora, seu maior desejo é se recuperar do acidente. Segundo
o estudante, os médicos que acompanham o seu caso disseram que ele só deve
conseguir voltar a andar em 90 dias. Ele conta, porém, que o maior desafio será
lidar com o impacto emocional da tragédia.
Guilherme destaca que Paula era uma pessoa alegre e espontânea, que fará muita
falta. Eles moravam juntos na cidade de Pedro Juan Caballero, onde cursavam
medicina na Universidad Sudamericana. “A gente vivia juntos todos os dias.
Éramos grudados 24 horas. Parte de mim se foi”, afirmou.
Guilherme e Paula voltavam de Alexânia, onde moram as suas famílias,
para o Paraguai, onde eles cursavam medicina. Segundo a Polícia Rodoviária
Federal do Mato Grosso do Sul, o carro em que eles estavam, na BR-060, foi
atingido de frente por uma caminhonete,
que invadiu a contramão.
Segundo Guilherme, eles sempre faziam o trajeto de carro. Apenas uma vez, em
maio deste ano, eles voltaram de ônibus porque o carro estava no conserto.