Pesquisa realizada pela Quaest e divulgada recentemente mostra que 49% dos brasileiros consideram injusta a aplicação da Lei Magnitsky, de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), pelos Estados Unidos. Por outro lado, 39% dos entrevistados são favoráveis a essa sanção. A pesquisa foi realizada com 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, entre os dias 13 e 17 de agosto.
Segundo os resultados da pesquisa, a maioria das pessoas que se declaram de esquerda, mas não são Lulistas, são contra a punição imposta a Moraes, com um índice de 80%. Por outro lado, eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, os bolsonaristas e os evangélicos são a favor da punição em sua maioria. A divisão se reflete também entre homens e mulheres, com uma diferença pequena dentro da margem de erro.
O processo de impeachment de Alexandre de Moraes também foi abordado na pesquisa, que revelou uma divisão entre os entrevistados. Enquanto 46% são a favor da saída do ministro, 43% são contrários. Os bolsonaristas, quem votou em Bolsonaro no segundo turno de 2022, moradores do Sul e evangélicos são mais favoráveis ao impeachment. Por outro lado, pessoas que se dizem de esquerda, eleitores de Lula, moradores do Nordeste e pessoas com renda familiar mais baixa tendem a ser contrárias.
A Lei Magnitsky, que permite que os Estados Unidos imponham sanções a cidadãos estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos ou corrupção em larga escala, foi criada em homenagem ao advogado russo Sergei Magnitsky. Desde 2012, dezenas de pessoas já foram alvo de sanções com base nessa legislação.
Em relação às decisões de Flávio Dino em impedir as restrições decorrentes dos ‘atos unilaterais estrangeiros’, como a Lei Magnitsky, a pesquisa apontou a delicada situação em que os bancos ficam diante desses eventos. Além disso, a relação entre a decisão de Dino e a queda da Bolsa também foi analisada.
Diante dos resultados apresentados pela pesquisa Quaest, fica evidente a divisão de opiniões entre os brasileiros em relação à punição imposta a Moraes e ao possível impeachment do ministro, refletindo as polarizações políticas presentes na sociedade.