Mulheres pardas entre 20 e 29 anos são as principais vítimas de violências notificadas por profissionais de saúde no Rio de Janeiro. De acordo com um painel lançado pela Secretaria de Estado de Saúde, que reúne dados de casos notificados por unidades de saúde, em 2025 foram registrados 43.803 casos, dos quais 32.202 tiveram mulheres como vítimas. Isso representa 73,5% do total de vítimas de violência registradas no ano.
Das vítimas mulheres, 47,8% eram pardas, 18,2% negras, e 29,4% brancas. A faixa etária mais afetada foi a de 20 a 29 anos, representando 18,44% dos casos. A forma mais comum de agressão foi a violência física, correspondendo a 45,3% dos registros, seguida pela violência moral e psicológica com 15,9%, e a violência sexual com 10,1%.
O painel também aponta que a residência da vítima foi o local mais comum das ocorrências, com 64,2% dos casos ocorrendo nesse ambiente. Alarmantemente, em 41,8% dos casos houve repetição da violência, demonstrando a recorrência e persistência desses atos.
Os dados revelam que a maioria dos casos de violência é cometida por indivíduos do sexo masculino, representando 49,1% dos prováveis autores. Além disso, a faixa etária de 25 a 59 anos foi a mais comum entre os agressores, abrangendo 48% dos casos.
A Secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, destacou a importância de reunir e qualificar esses indicadores para mapear os casos de violência no estado e elaborar políticas públicas eficazes. A notificação dos casos suspeitos ou confirmados nas unidades de saúde não representa uma denúncia oficial, mas é crucial para iniciar a rede de atenção e proteção necessária para as vítimas.
Em 2024, foram notificados 74.031 casos de violência pelas unidades de saúde, o que indica uma tendência preocupante. Ao compreender melhor a realidade vivida pelas mulheres vítimas de violência, é possível reduzir as vulnerabilidades sociais e garantir um futuro mais justo para todos. A conscientização e a ação direta são essenciais para combater esse grave problema social.